metaverso

O que é o metaverso e de que forma irá impactar as empresas

Você já deve ter ouvido falar de metaverso, mas você sabe realmente o que isso significa? Mais além: sabe de que forma ele vai impactar as empresas, a economia, o mercado de trabalho, as pessoas e o mundo como um todo?

A verdade é que, depois de entender o conceito, você vai achar que parece coisa de filme de ficção científica. E, por enquanto, é isso mesmo! (Ou nem tanto). De fato, ninguém sabe ao certo quando o metaverso passará a ser um real; acessível e disponível para as pessoas e empresas.

Contudo, uma coisa é certa: as empresas que já estiverem por dentro do assunto, sabendo de que forma poderá impactar a nossa realidade, estarão muito à frente das demais. Foi pensando nisso que desenvolvemos este artigo.

Nele, você vai entender o que é o metaverso, como e onde esse conceito surgiu, como ele pode impactar a nossa realidade atual, como está o cenário nacional em relação a isto, quem são as empresas pioneiras e que ações elas estão fazendo para se antecipar e introduzir seus negócios no metaverso, e muito mais.

Siga lendo para conferir!

O que é metaverso?

Os dicionários que já contêm a palavra ‘metaverso’ a definem como um ‘tipo de mundo virtual em que se reproduz a realidade através de dispositivos digitais, em que os utilizadores interagem uns com os outros’.

É exatamente isso. A definição mais simples de metaverso refere-se a um espaço online compartilhado por pessoas que utilizam tecnologias como realidade virtual e realidade aumentada para interagir com o próprio espaço, com conteúdos e com outras pessoas por meio de avatares.

Em suma, o conceito descreve um mundo não físico, no qual os indivíduos podem interagir por meio de diferentes tipos de tecnologias. Por exemplo, um metaverso pode permitir que pessoas que vivem em diferentes cantos do mundo se encontrem por meio da tecnologia e, virtualmente, saiam de férias, pratiquem esportes ou trabalhem em projetos. Pessoas ligadas ao metaverso estariam conectadas o tempo todo e a distância física não limitaria sua capacidade de interagir.

As principais tecnologias que impulsionariam esse mundo, conforme já citamos, seriam a VR (realidade virtual) e a AR (realidade aumentada). A maioria das previsões para um metaverso futuro, no entanto, já vê a tecnologia indo muito mais longe. Isso inclui a capacidade das pessoas serem transportadas para ambientes digitais que parecem muito reais, como uma festa, um estádio esportivo ou o topo de uma montanha.

Exemplo para entender melhor o que é metaverso

Um bom exemplo de metaverso na prática pode ser uma apresentação musical. No final de 2020, o músico Lil Nas X lançou seu novo single “Holiday” com um show realizado na plataforma social Roblox – uma multiplataforma que permite aos jogadores criarem seus próprios mundos virtuais e projetar suas próprias experiências, que possui 120 milhões de players ativos por mês. A apresentação foi acessada 33 milhões de vezes e foi a primeira ação musical no Roblox. Só porque o show aconteceu no Roblox, e não em um estádio de futebol, não o torna menos real.

Como e onde surgiu o metaverso?

O termo metaverso surgiu em 1992, com a obra de Neal Stephenson chamada ‘Snow Crash’. O livro sincroniza realidade e ficção através de um jogo de história, onde um entregador de pizza na vida real é um samurai no universo virtual chamado ‘metaverso’. A ideia do livro de ficção científica configurou muitos jogos de ambiente virtual como Second Life, Roblox, Fortnite e Minecraft. Neles, mundos de realidade paralela unem jogadores, que podem socializar e recriar vidas paralelas.

O termo foi popularizado principalmente graças ao Second Life, lançado em junho de 2003, como uma iniciativa promissora que simulava a vida social dos seres humanos por meio da interação entre avatares. No Brasil, a plataforma viveu seu auge em 2006, mas – muito à frente de seu tempo – não conseguiu se consolidar no mercado. Isso porque o mundo vivia um período muito diferente do atual, em que a qualidade das conexões da internet não eram favoráveis e nem mesmo o YouTube era popular no país. A imaturidade das tecnologias da época impediu que todas as potencialidades do sistema fossem exploradas. O que vivemos hoje é totalmente diferente.

Em 2021, Mark Zuckerberg, o CEO do Facebook, modificou o nome da sua empresa para Meta Platforms, pois acredita que o metaverso é o futuro da internet e da tecnologia. Além de mudar o nome, ele também pretende, obviamente, focar na construção desse universo para o mundo real.

No mesmo ano, a Microsoft também fomentou a Mesh, sua plataforma de comunicação virtual recheada de elementos de realidade virtual e aumentada que será integrada ao Teams no primeiro semestre de 2022. Usuários do Microsoft Mesh terão seus próprios avatares 3D para entrar nesse ambiente virtual.

Como o metaverso irá impactar as empresas?

Só de entender o que é metaverso, como ele surgiu e vem evoluindo, você já deve ter percebido que é evidente e inevitável que interfira nos negócios, na economia, nas relações de consumo e, obviamente, nas empresas. Vamos entender de que forma isso vai acontecer.

Já se calcula que a oportunidade de mercado para o metaverso pode atingir US$ 800 bilhões (R$ 4,5 trilhões) até 2024, estando entre as principais tecnologias que revolucionarão a nossa vida. O que se estima é que o metaverso compreenderá inúmeros mundos virtuais conectados entre si e com o mundo físico.

Esses mundos gerarão uma economia forte, englobando o trabalho e a diversão, enquanto transformam indústrias e mercados, dos mais tradicionais aos mais inovadores: as finanças, os bancos, o comércio, a educação, a saúde, o entretenimento e o lazer. Alguns estudiosos do assunto já afirmam que, no final da década — em 2030 —, passaremos mais tempo no metaverso do que na ‘vida real’.

Como já falamos, o metaverso não é algo novo — o termo surgiu em 1992. A novidade, contudo, é o volume de investimentos que ele vem recebendo, além da crescente aceitação dos ativos digitais em uma população cada vez mais nativa do mundo digital. O ritmo da transformação continua se acelerando, o que significa que tecnologias antes consideradas distantes e de longo prazo estão se aproximando cada vez mais rápido.

Para as empresas, é bom já irem ouvindo falar do termo Infinite Office: o lugar de trabalho idealizado pelo Facebook. Ele tem salas de reuniões virtuais, onde os participantes podem simultaneamente usar seus computadores do mundo real. A Microsoft também comentou recentemente sobre a criação de um ‘metaverso para empresas’, com base no Microsoft Teams, a plataforma de reuniões que se popularizou durante a pandemia. Com ele, será possível oferecer espaços virtuais para eventos, reuniões e oportunidades de networking.

A união entre o melhor do trabalho híbrido e as vantagens do home office pode estar no metaverso. Assim como promete mudar a comunicação nas redes ou a maneira como compramos algo, esse ambiente artificial também pode trazer uma nova experiência de trabalho, revendo as relações e reduzindo a fadiga digital, por exemplo.

As videochamadas, que se popularizaram na pandemia, podem virar coisa do passado. No metaverso, as pessoas terão avatares para representá-las, se verão transportados para uma sala de conferências, também virtual, e poderão interagir com computadores, projetores e umas com as outras.

Além de tentar reduzir a fadiga digital, outra questão que o metaverso corporativo pretende lidar é o sentimento de solidão que afeta a produtividade e a saúde mental de profissionais que passam muito tempo isolados. No metaverso, você se sente como se estivesse ao lado de alguém, tendo experiências visuais e sensoriais durante esse processo

O design organizacional também pode sofrer mudanças. Com o metaverso, modelos de trabalho mais verticalizados, com menos hierarquias e mais colaboração, ganharão força. O mercado de hoje já está nesse caminho, mas o metaverso tende a aprofundá-lo ainda mais.

Como preparar sua empresa para o metaverso?

Empresas, gestores e gerentes de todos os tipos precisam prestar atenção ao metaverso. Assim como a mídia social revolucionou o panorama da comunicação online, o metaverso também o fará.

Será necessário, em primeiro lugar, adaptar estratégias e experiências para um mundo que funciona à base de uma economia virtual compartilhada. É quase como começar do zero, e fazer pesquisas de mercado sobre novos clientes no metaverso. Como as pessoas agem e quais são suas preferências pode ser totalmente diferente de como elas se comportam e o que compram na “vida real”.

Será necessário ter uma camada de negócios muito bem apoiada na tecnologia. Preparação e planejamento são fatores-chave para sair na frente. O metaverso não será dominado por uma única empresa, sendo um ecossistema com arquitetura aberta e colaborativa. Mas, para a sua empresa sair na frente, garantir espaço e se destacar, será importante oferecer as mais diversas experiências virtuais, com inteligência artificial e em 3D, convergindo os universos físico e digital.

Conheça algumas empresas que já investem no metaverso

Além do Facebook e da Microsoft, outras empresas já investem no metaverso, inclusive nacionalmente. O Tinder, por exemplo, é uma delas. A empresa está desenvolvendo um app baseado em avatares chamado ‘Single Town’, onde os membros poderão se encontrar em espaços virtuais e interagir através de conversas ao vivo. Após se conhecerem neste protótipo de metaverso, os usuários então poderão continuar conversando no privado.

A Disney já investiu em um novo conceito de tecnologia, misturando os mundos físico e digital, onde as pessoas podem interagir virtualmente. A Adidas, por sua vez, investiu na construção do Adiverse, metaverso da marca que será desenvolvido dentro da plataforma The Sandbox.

A Nike também anunciou recentemente o lançamento do seu próprio mundo virtual, inspirado no metaverso, na plataforma Roblox, cuja base de usuários é formada em sua maioria por crianças, adolescentes e jovens. Chamado de ‘Nikeland’, o espaço permite aos jogadores equipar seus avatares com produtos Nike em sua versão digital e interagir em jogos esportivos gratuitos.

A marca de cerveja Budweiser está lançando sua própria coleção de NFTs (tokens), que além de dar benefícios, também servirá como um passaporte de entrada para seu próprio universo virtual, o ‘Budverso’. Cada NFT traz elementos ligados a fotos, propagandas e documentos de design clássicos da história da empresa, e contém vantagens ainda desconhecidas a seus detentores. Os tokens poderão ser vistos como uma parte essencial para o desenvolvimento de um metaverso.

No cenário nacional, o Brasil pode liderar essa corrida para o metaverso, pela vasta população e seu grande interesse por tecnologia. Atualmente, o nosso país já tem 94,7 milhões de gamers, sendo que a população total é de pouco mais de 200 milhões de habitantes. Isso torna o Brasil o dono do quinto maior mercado de jogos do mundo.

O Banco do Brasil é uma das empresas nacionais que já investe nessa nova realidade. Chamado de Complexo, o espaço do Banco do Brasil no metaverso é um servidor de RolePlay que tem ações do mundo real transportadas para a cidade virtual. Entre as opções, há um produto de inteligência em investimentos voltado para a geração conectada em tendências e novidades. No game, o jogador pode abrir contas e receber benefícios.

Há, ainda, oferta de empregos, como o de abastecedor de caixa eletrônico, que faz remessas de valores e até dirige o carro forte. O participante deve criar um edifício do Banco do Brasil, com base na sede existente em Brasília. Ele pode, ainda, fazer um tour virtual pelo prédio histórico do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro e acompanhar a exposição ‘Egito Antigo’.

A verdade é que, aos poucos, o metaverso vai estar pelo Brasil e pelo mundo todo. As primeiras empresas ousadas que se arriscarem nesse universo também serão as primeiras na corrida da inovação e do sucesso.

Dicas de filmes e séries para entender o metaverso

Mesmo com tudo que foi explanado neste artigo, é possível que o conceito de metaverso ainda tenha ficado confuso, afinal, é algo totalmente novo. A boa notícia é possível compreender melhor o metaverso por meio do entretenimento. Confira a seguir dicas de filmes e séries que vão te ajudar a entender melhor esse conceito.

●     Ready Player One

O filme de ficção científica de 2018 oferece um vislumbre do metaverso. Inspirado por um romance de Ernest Cline de 2011, o herói adolescente e órfão foge de sua existência sombria no mundo real mergulhando em uma fantasia deslumbrante de realidade virtual. O menino vai para um universo virtual trippy, chamado de ‘OASIS’. Lá, as pessoas têm a oportunidade de fazer e de ser tudo o que elas desejam.

●     Matrix

Lançado em 1999, o Matrix foi uma introdução para muitas pessoas ao conceito de realidade virtual e simulação. Questões filosóficas são brilhantemente apresentadas como a alegoria da caverna e a máquina da experiência.

Após uma longa guerra entre os humanos e as máquinas, que adquiriram consciência após muito desenvolvimento de tecnologias como inteligência artificial, a humanidade acabou sendo escravizada para servir de bateria para a nova ‘espécie’ dominante. Enquanto os humanos são usados pelas máquinas, as mentes das pessoas são distraídas por um mundo ilusório chamado de Matrix.

●     Space Jam: Um Novo Legado

Uma inteligência artificial sequestra o filho de LeBron James e convence o rapaz a criar uma equipe própria dentro dos servidores da Warner Bros. Para salvar o jovem, LeBron James também segue para dentro dos computadores para reunir os Looney Tunes nas mais diversas conexões da empresa. De Game of Thrones até a DC Comics, o atleta vai atrás de cada um dos principais membros do Tune Squad para uma partida que será transmitida online para o mundo todo.

●     Detona Ralph: Quebrando a Internet

Após revolucionar o mundo dos games e trazer diversas representações dele para as telonas, Ralph partiu para o ambiente online e conheceu pessoalmente todas as nuances do metaverso de dentro da internet. Dos memes aos serviços que conhecemos, passando brevemente pela deep web também, cabe ao antigo vilão tentar manter as coisas alinhadas antes que um desastre ocorra. ‘Detona Ralph: Quebrando a Internet’ nos mostra de forma extremamente didática como funcionam as redes e como elas operam as nossas vidas.

Agora você está pronto para começar a preparar sua empresa para o metaverso, antes mesmo dele “chegar”. No mundo real ou no mundo virtual, planejamento é tudo.

Se você quiser continuar se aprofundando no tema e conhecer ainda mais Cases de empresas que estão se preparando, assista aqui o replay do nosso Webinar com o Joe Guidini, Head de Criatividade na ECC HUB –  conhecedor, entusiasta e curioso acerca da temática “Metaverso”.

Fale o que você pensa

O seu endereço de e-mail não será publicado.