MEG: o que é, como funciona e como usar
De forma clara, MEG é o Modelo de Excelência da Gestão e foi criado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) para otimizar os processos empresariais e levar resultados de maneira fluída para as organizações. .
Mas, você sabe com profundidade o que é MEG e como ele funciona? Ele é um guia de referência que relaciona as melhores práticas de gestão adotadas em algumas das empresas mais bem-sucedidas do mundo.
E, neste artigo, vamos entender melhor o que é o MEG, quais são os seus fundamentos e por que utilizá-lo na empresa. Boa leitura!
O que é MEG?
O MEG é um guia que lista os principais fundamentos da gestão empresarial de excelência, cuja validade é reconhecida internacionalmente. Uma das virtudes do documento é que ele é acessível e de fácil entendimento, sem deixar de lado o rigor técnico.
Ele serve como um modelo a ser seguido e pode ser adotado por empresas de todos os portes e ramos de atuação.
Ele é elaborado pela FNQ, uma associação de empresas públicas e privadas, sem fins lucrativos, que tem como objetivo educar e estimular as organizações brasileiras na evolução da sua gestão. A primeira edição do documento foi lançada em 1992 e, em 2016, a entidade publicou a 21ª edição do guia.
Última edição do MEG: novidades
A última edição do MEG trouxe algumas novidades em relação à versão anterior. Então, para você ficar por dentro, listamos aqui as principais mudanças e como você pode utilizá-las na sua gestão estratégica.
Representação gráfica
A representação gráfica do MEG evoluiu de mandala para tangram, um quebra-cabeças de sete peças de origem chinesa. A figura teve como inspiração o ciclo PDCL ( uma variação do Ciclo PDCA que se refere a planejar, executar, verificar os resultados e registrar os aprendizados, em português).
De acordo com a FNQ, a figura do MEG simboliza o modelo de relacionamento entre a organização — considerada um sistema adaptável, gerador de produtos e informação —, e seu ambiente organizacional e tecnológico, além do ambiente externo.
Fundamentos da Gestão para Excelência
Outra alteração foi a substituição dos Critérios de Excelência pelos Fundamentos da Gestão para Excelência, reforçando a ideia de que os fundamentos não são aspectos isolados, mas estão relacionados entre si. Isso faz do MEG um modelo holístico, ou seja, que leva em consideração o contexto da empresa como um todo.
Com isso, o MEG agora é composto por oito fundamentos, que são direcionamentos que a empresa pode seguir para buscar a excelência. Esses fundamentos se desdobram em temas, processos e ferramentas e estão listados no diagrama tangram que mencionamos. A ideia é que a organização possa reorganizar esse quebra-cabeças, adaptando-o à sua realidade e às suas necessidades.
Fundamentos do MEG: conheça os 8
O MEG relaciona os Fundamentos da Gestão para Excelência, que devem ser desenvolvidos no nível estratégico da empresa. A partir deles, a organização pode fazer uma autoavaliação e obter um diagnóstico da maturidade da gestão.
A seguir, apresentamos resumidamente quais são esses fundamentos. Acompanhe!
1. Pensamento sistêmico
Uma empresa é formada por um ecossistema de áreas. Afinal, para uma operação acontecer, existe uma relação direta entre o funcionamento de um setor e de outro. E aqui entra o pensamento sistêmico do MEG.
Ele diz que é fundamental que os colaboradores conheçam a interdependência das atividades da empresa, tanto interna quanto externamente. Essa visão global é essencial para o sucesso do negócio e evita que algum aspecto relevante seja negligenciado.
A ideia é mostrar que a empresa não é uma ilha, mas uma rede de interações entre pessoas e departamentos, fornecedores, intermediários, canais, etc.
2. Aprendizado organizacional
Nada é tão bom que não possa melhorar. E, o fundamento de aprendizado organizacional do MEG se agarra nessa ideia.
Nele, o modelo traz que é essencial que as organizações busquem o aprimoramento constante dos seus processos. Além disso, é importante incentivar o desenvolvimento contínuo de novas competências nos colaboradores para que as empresas se mantenham competitivas no mercado.
Isso aponta para a necessidade de uma busca permanente por melhorias. Para isso, é preciso manter uma postura de inconformismo, que é o que motiva a inovação. Nesse sentido, reforça-se a importância de treinar e qualificar os times.
3. Liderança Transformadora
A Liderança transformadora do MEG diz respeito à atuação dos líderes de maneira inspiradora, exemplar, ética e comprometida com o alcance do melhor desempenho da equipe.
Além disso, os líderes sempre devem estar atentos aos diversos cenários e seus possíveis impactos, tanto para a empresa, quanto para as demais partes interessadas.
Dessa forma, a liderança transformadora deve sempre buscar a mobilização das pessoas em torno dos princípios, valores e objetivos da organização. A função do líder não é apenas exercer o controle, mas, orientar e inspirar, sendo um exemplo para os demais membros da organização.
4. Compromisso com as partes interessadas
O compromisso com as partes interessadas é um fundamento que ressalta a importância de entender todas as necessidades e demandas dos envolvidos no processo empresarial, principalmente dos clientes.
Dessa maneira, é possível traçar estratégias para o curto e para o longo prazo. Ainda, essa análise possibilita ter ciência das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças da empresa, como traz a análise SWOT.
5. Adaptabilidade
Quem se adapta mais rápido, tem mais poder de mercado. E, a gestão que perdura com o tempo tem a adaptabilidade como característica.
Assim, a organização deve ter flexibilidade e capacidade de mudança em tempo hábil. Sem essa agilidade, as chances de sucesso diminuem drasticamente.
Para isso, a empresa precisa estar atenta aos movimentos do mercado. Aqui, ciclos rápidos de aprendizagem e velocidade na implementação de melhorias são fatores que impulsionam a transformação.
6. Desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento sustentável deixou de ser um diferencial para se tornar um pré-requisito para um modelo de gestão de excelência. Não é à toa que o movimento ESG ganhou espaço nas organizações, trabalhando a agenda verde e proporcionando melhores resultados nas operações.
Nesse contexto, o MEG traz que a empresa deve se responsabilizar pelos impactos das suas atividades na sociedade e no meio ambiente. Para isso, deve ter um comportamento norteado pela ética e transparência.
7. Orientação por processos
Uma empresa bem estruturada tem um pilar fundamental: processos.
É a partir deles que é possível criar diferenciais sem perder a organização de vista. Por isso, o MEG traz a importância de ter um movimento estabelecido entre áreas. Afinal, para que um departamento funcione bem, ele precisa estar em consonância com os demais.
Assim, a orientação de processos valoriza o conjunto de regras e atividades que a empresa adota com o objetivo de funcionar com eficiência e eficácia, de forma a perseguir seus objetivos e entregar valor para o seu público.
8. Geração de valor
Se fôssemos resumir o objetivo final de qualquer empresa, ele seria: gerar resultados para os clientes.
Assim, o MEG traz a geração de valor como um ponto focal dentro da gestão empresarial. Isso significa que todos os esforços da organização devem ser voltados para o alcance de bons resultados econômicos, sociais e ambientais.
Além disso, as atividades desenvolvidas pelas empresas devem atender, com excelência, as expectativas dos clientes e de todas as partes interessadas.
Como funciona?
Como você pôde ver acima, o MEG não é um modelo prescritivo e não representa um passo a passo a ser implementado. No entanto, contém diretrizes e recomendações que se aplicam a qualquer organização que queira alcançar a excelência na gestão empresarial.
Por isso, não é possível implementar o MEG do dia para a noite. É preciso criar e desenvolver uma cultura na empresa que contemple os direcionamentos desse modelo.
Para começar, o ideal é delimitar o que faz mais sentido e o que é prioridade para o seu negócio. Isso depende de vários fatores como os seguintes:
- o estágio de maturidade da organização;
- o ramo de atuação;
- o porte da empresa;
- o ambiente externo;
- os planos da companhia para o futuro.
Por que você deve utilizar o MEG na sua empresa?
Agora que você já sabe mais sobre o assunto, deve estar se pergunta o porquê implementar o MEG na sua organização.
Bom, para entender a importância dele basta lembrar que 60% das empresas com pouco mais de 5 anos de atuação no mercado fecham as portas.
Por isso, buscar a excelência na gestão não é apenas uma forma de buscar resultados melhores, mas também de garantir a sobrevivência do negócio.
Pensando nesse ponto, listamos aqui os principais benefícios que a aplicação do MEG pode trazer para a sua empresa.
Benefícios do MEG para a sua empresa
Estímulo à competitividade e à sustentabilidade
Hoje, a competitividade está atrelada à sustentabilidade, e as empresas precisam ter essa ideia no seu planejamento estratégico.
Isso demonstra a necessidade de adotar medidas que permitam o crescimento econômico da empresa sem a necessidade de agir de forma predatória em relação ao meio ambiente. Não é à toa que esse tema está contemplado em dois dos fundamentos do MEG — compromisso com as partes interessadas e desenvolvimento sustentável.
É por isso que o MEG preconiza a otimização de processos, com melhoria contínua. Além disso, contempla a entrega de valor não apenas para os acionistas da empresa, mas a todos os stakeholders. Dessa forma, garante-se a perenidade do negócio.
Mensuração objetiva de resultados
O último dos fundamentos do MEG, como vimos, é a geração de valor, que indica que as decisões devem ser tomadas com o objetivo de alcançar resultados.
Então, para que isso seja possível, é preciso medir esses resultados, ou seja, colocá-los em números. Lembre-se de que estamos falando que esse é um modelo inspirado no PDCL, pelo qual tudo é mensurado e analisado.
Ao orientar-se por resultados, a empresa garante que tudo que é proposto está alinhado à estratégia da organização. Assim, é possível determinar objetivos futuros sem tirar os pés do chão. Ainda, esse movimento dá clareza sobre o que é prioridade no planejamento, facilitando a tomada de decisão e a gestão financeira, mesmo em situações de urgência e pressão.
Uniformização da linguagem
Pouco adianta contar com um guia de princípios elaborado de forma primorosa, se isso não se incorporar à cultura da empresa e não for internalizado pelos colaboradores.
Assim, para seguir os direcionamentos do MEG, melhorar a comunicação é fundamental. Nesse sentido, as ações de endomarketing ajudam a estreitar o relacionamento dos colaboradores com a empresa, deixando claro qual é a visão da organização e o que ela espera da equipe.
Para isso, é possível utilizar diversos canais de comunicação. O importante, aqui, é que a mensagem seja uniforme para não confundir o colaborador. Alguns exemplos desses canais são:
- intranet;
- e-mail marketing;
- conversas pessoais;
- rodadas de palestras com os altos executivos;
- treinamentos;
- reuniões.
Também, o Modelo de Excelência da Gestão serve como um guia para a gestão de pessoas e futuras contratações. Dessa forma, o RH consegue desenhar melhor o perfil de profissional que faz sentido para a empresa e o gestor tem uma base sólida para avaliar se os candidatos têm fit cultural com a organização.
Incorporação da cultura de excelência
A cultura de excelência é, na verdade, o objetivo final do MEG. A incorporação desse benefício se desdobra em boas práticas nos níveis tático e operacional, o que traz vantagens para todos os níveis da empresa.
Dessa forma, os gestores e colaboradores têm clareza sobre os caminhos que devem ser seguidos, o que, por sua vez, faz com que os resultados finais sejam melhores e tenham uma qualidade maior.
No limite, isso chega ao cliente final, o que traz uma série de benefícios para a empresa como:
- melhora a sua reputação no mercado;
- traz ganhos de imagem;
- agrega valor à marca;
- viabiliza o alcance dos resultados esperados.
Para isso, é preciso persistir e manter-se firme na trajetória traçada. Aqui, o MEG também ajuda, uma vez que todos têm clareza sobre quais são os objetivos a serem perseguidos.
Uma recomendação é olhar para as companhias que são referência em excelência de gestão e se perguntar:
- Quais são as lições que você pode tirar delas e que podem ser aplicadas na sua própria organização?
- Quais são as melhores práticas que você pode disseminar entre seus colaboradores e como fazer isso de forma eficiente?
- Como promover um programa de melhoria contínua que ajude a empresa a mudar de patamar?
Ao responder esses questionamentos, você consegue entender quais são as melhores ações que devem ser tomadas no seu negócio.
Como a tecnologia pode ajudar nesse processo?
Para auxiliar na implementação dos direcionamentos do MEG, a tecnologia pode — e deve — ser sua aliada. Nesse sentido, é importante contar com uma plataforma de sistema de planejamento, execução e acompanhamento de resultados. Por meio dele, você consegue:
- elaborar o planejamento estratégico e planos de ação;
- acompanhar KPIs;
- fazer a gestão financeira estratégica;
- gerenciar projetos;
- fazer a gestão de riscos;
- traçar análises e diagnósticos;
- monitorar ocorrências.
Melhor ainda se tudo isso estiver centralizado, o que possibilita um controle total, sem planilhas espalhadas e desatualizadas.
Agora você já sabe o que é MEG, já pode utilizar esse instrumento para implementar uma cultura de excelência na sua empresa e colher os resultados esperados.
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