Quais são os 5 princípios do Lean Manufacturing e como colocá-los em prática?
Você sabe o que é Lean Manufacturing e por que ele é tão relevante?
Criada no Japão pós-Segunda Guerra e popularizada pela Toyota na década de 1950, essa filosofia transformou a indústria automotiva com seu Sistema de Produção Enxuto (TPS).
Hoje, o Lean vai muito além dessa indústria, sendo aplicado em diversos setores para promover melhoria contínua. Neste artigo, vamos explorar os princípios do Lean e como ele pode ajudar sua empresa a otimizar processos e alcançar melhores resultados.
O que é lean manufacturing?
A proposta do lean manufacturing é reduzir desperdícios entregando melhor qualidade no produto final, com o menor tempo de espera. Sua aplicação dentro de uma empresa visa, especialmente, o crescimento da competitividade.
Hoje, esse conceito representa um dos melhores caminhos para empresas que pretendem se desenvolver pensando em melhoria contínua, pois parece utópico conquistar; redução de custos, aumento de qualidade, redução do tempo de resposta e aumento de produtividade, mas, isso se torna possível através da eliminação de sete tipos de desperdícios promovidos pelo Lean: superprodução, tempo de espera, transporte, processos repetitivos, inventário, movimentos desnecessários e defeitos.
Como surgiu o lean manufacturing?
Tudo começou no Japão, no pós-Segunda Guerra Mundial, quando recursos eram mais escassos do que um dia tranquilo na sua agenda.
A Toyota, enfrentando desafios econômicos e de produção, decidiu reinventar a maneira como fabricava carros. Inspirada pelo Fordismo — o famoso modelo de produção em massa criado por Henry Ford —, a montadora japonesa adaptou conceitos de eficiência para a sua realidade, dando origem ao Toyota Production System (TPS), o embrião do Lean Manufacturing.
Diferente do Fordismo, que se baseava em produzir o máximo possível para estocar (e rezar para vender tudo), o TPS tinha como objetivo eliminar desperdícios e focar no que realmente agregava valor ao cliente. Foi assim que princípios como o Just-in-Time (produzir na hora certa, na quantidade certa) e o Kaizen (melhoria contínua) ganharam vida.
Um exemplo clássico? O engenheiro Taiichi Ohno, considerado o “pai do Lean”, observou como os supermercados organizavam seus estoques de forma eficiente e aplicou esse conceito na linha de produção. Resultado: mais produtividade, menos custos e, claro, uma revolução na indústria automotiva.
Hoje, os princípios Lean estão presentes em praticamente todos os setores, ajudando empresas do mundo inteiro a serem mais ágeis e eficientes. A boa notícia é que eles também podem transformar os processos da sua empresa.
Quais os benefícios do Lean Manufacturing?
O Lean Manufacturing não é só um conceito bonito no papel; ele resolve problemas reais enfrentados por empresas no dia a dia. Imagine uma linha de produção mais ágil, com menos desperdícios e maior qualidade — tudo isso sem precisar de milagres.
É exatamente isso que essa metodologia entrega! Vamos explorar alguns benefícios e como eles impactam diretamente os resultados do seu negócio.
1. Redução de desperdícios
Sabe aquele material que sobra e vai direto para o lixo? Ou o tempo perdido esperando a próxima etapa da produção? O Lean é especialista em identificar e eliminar desperdícios. Por exemplo: com o Just-in-Time, você só produz o que realmente é necessário, evitando estoques excessivos e custos desnecessários.
Impacto: redução de custos operacionais e maior sustentabilidade nos processos.
2. Aumento da eficiência
O Lean foca na melhoria contínua, eliminando gargalos e simplificando processos. Um exemplo prático: na indústria automotiva, a implementação do Kaizen resultou em linhas de produção mais rápidas e organizadas, reduzindo o tempo de fabricação sem comprometer a qualidade.
Impacto: entrega mais rápida ao cliente e aumento da capacidade produtiva.
3. Melhoria na qualidade
Com o Lean, cada etapa da produção é revisada para garantir que o produto final seja impecável. Ferramentas como o Poka-Yoke (método à prova de erros) ajudam a prevenir falhas antes mesmo de acontecerem.
Impacto: produtos ou serviços com mais qualidade, reduzindo retrabalho e aumentando a satisfação do cliente.
4. Maior flexibilidade
Em vez de ficar preso a uma produção engessada, o Lean permite ajustes rápidos para atender demandas específicas ou mudanças no mercado.
Impacto: capacidade de atender ao cliente com mais precisão e agilidade, mantendo sua empresa competitiva.
5. Redução de custos
Menos desperdício, menos falhas e processos mais ágeis resultam em uma operação mais enxuta e econômica. É como ter um carro que faz o dobro de quilômetros por litro de combustível.
Impacto: maior margem de lucro e melhor alocação de recursos.
Adotar o Lean Manufacturing é como ajustar os parafusos de um sistema complexo: cada melhoria, por menor que pareça, gera um impacto enorme.
E o melhor? Esses benefícios não são exclusivos da indústria — empresas de tecnologia, serviços e até saúde já estão colhendo frutos dessa metodologia. Por que não começar a transformar seus processos hoje mesmo?
Ferramentas e Técnicas do Lean Manufacturing
Quando se trata de Lean Manufacturing, as ferramentas e técnicas são o verdadeiro “kit de sobrevivência” para eliminar desperdícios e otimizar processos. Aqui, não estamos falando apenas de conceitos abstratos, mas de práticas que já transformaram empresas ao redor do mundo.
Cada uma das ferramentas é projetada para resolver problemas específicos e criar um sistema de produção mais enxuto, ágil e eficiente. Quando aplicadas juntas, formam uma verdadeira sinfonia de melhorias que reduzem custos, aumentam a produtividade e entregam mais valor ao cliente. Veja as principais ferramentas indicadas para os seguintes objetivos:
Organização e padronização:
Organização e limpeza são fundamentais! O 5S (Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke) cria um ambiente de trabalho mais eficiente e seguro ao reduzir o desperdício de tempo e materiais.
Como exemplo prático, podemos citar uma fábrica de alimentos que organiza utensílios por categorias e faz limpeza constante para evitar contaminações.
Resultado: menos tempo perdido procurando ferramentas e mais produtividade.
Redução de desperdícios e fluxo de trabalho:
Para isso, o Kanban é uma ótima opção! Essa técnica visual organiza as tarefas de maneira clara e simples, usando cartões para mostrar o progresso do trabalho.
Em uma linha de produção, por exemplo, o Kanban ajuda a identificar gargalos ao mostrar em qual etapa os produtos estão acumulados.
O resultado disso é um maior controle do fluxo de trabalho e resolução rápida de problemas.
Outra solução bacana é o Just in Time! Produza o necessário, no momento certo, e na quantidade exata. O JIT é perfeito para evitar estoques excessivos ou materiais encalhados.
Imagine uma fábrica de móveis que só encomenda a madeira quando um pedido é confirmado, reduzindo os custos de armazenamento e garantindo matéria-prima fresquinha para cada projeto.
Resultado: economia de espaço e agilidade na produção.
Melhoria contínua:
O Kaizen envolve todos os colaboradores, desde o chão de fábrica até a diretoria, em uma busca constante por aperfeiçoar processos.
Imagine uma equipe de manutenção, que analisa regularmente os tempos de troca de ferramentas e implementa ajustes para reduzir o downtime. Ao usar o Kaizen, os processos dessa equipe se tornam mais rápidos e eficientes ao longo do tempo.
Já a Poka Yoke é a sua “garantia anti-erros”. Ela introduz mecanismos que evitam falhas humanas nos processos.
Por exemplo: em uma linha de montagem, um dispositivo que só permite encaixar peças do jeito certo, evitando erros de montagem. O resultado disso é a redução de retrabalho e produtos de alta qualidade.
Redução de tempos e custos
O SMED, ou Troca Rápida de Ferramentas, é uma das técnicas mais eficazes para reduzir os tempos de setup (preparação de máquinas) e, consequentemente, os custos operacionais.
O nome pode parecer complicado, mas o conceito é simples: realizar a troca de ferramentas ou ajustes de máquina em menos de 10 minutos (ou dentro de “um único dígito”, daí o termo “single minute”).
Imagine uma indústria de embalagens que precisa trocar o molde de uma máquina sempre que muda o design do produto. Antes do SMED, essa troca demorava 60 minutos, paralisando a produção e gerando prejuízo.
Com o SMED, as ferramentas necessárias já estão separadas antes da máquina ser desligada (atividade externa). Além disso, os moldes são reposicionados com o auxílio de guias pré-configuradas, reduzindo o tempo de ajuste (atividade interna otimizada).
Assim, a troca de moldes passa de 60 minutos para 8 minutos, permitindo mais ciclos de produção e reduzindo os custos com ociosidade.
Análise e diagnóstico
Mapeie o fluxo de valor do início ao fim para identificar e eliminar desperdícios com o VSM (Value Stream Mapping).
Como exemplo prático, podemos citar uma empresa de logística que analisa todo o processo de entrega para identificar etapas que poderiam ser automatizadas ou eliminadas.
O impacto disso é uma maior eficiência operacional e menor custo por entrega.
Quais são os 5 princípios do lean manufacturing?
Agora, é hora de conhecer os 5 princípios do lean manufacturing. Cada um deles abrange percepções diferentes, mas é seu trabalho em conjunto que permite a obtenção dos resultados. Veja só!
1. Valor
O primeiro princípio desse conceito é o valor. Que, por sua vez, precisa atender às expectativas do cliente. No sentido de que ele espera por aquele produto, a um preço determinado e no momento exato de sua necessidade.
Ainda, é importante lembrar de que o valor está diretamente ligado à qualidade. Ou seja, se um cliente está satisfeito com todas as características e funcionalidades de seu produto, ele considera que aquilo tem um valor.
2. Fluxo de valor
O fluxo de valor resulta da soma de todas as ações que tenham valor ou não para o cliente, mas que são necessárias dentro do processo produtivo. É possível dividi-las da seguinte maneira:
2.1. Etapas de valor
São todas as etapas que envolvem o processo de transformar matérias-primas em um produto final. É aqui que o produto se desenvolve com base em atributos que os clientes reconhecem e querem pagar para usar.
2.2. Etapas sem valor
As etapas que não agregam valor são aquelas que se repetem ou não têm grande importância dentro do processo produtivo. O cliente não sabe que elas acontecem, e é por isso que elas não apresentam valor para ele e sua redução é necessária.
3. Fluxo contínuo
No fluxo contínuo, uma peça de cada vez é produzida. Ela é encaminhada diretamente de um estágio do processo para o seguinte, sem nenhum intervalo ou desperdícios.
Com o valor especificado e o fluxo de valor bem determinado, as etapas sem valor são eliminadas. A partir disso, o fluxo contínuo abrange o maior número de ações dentro de um processo quanto possível
4. Produção puxada
Significa produzir o item apenas com demanda, na quantidade demandada e no momento necessário. Em outras palavras, produzir apenas o que o cliente comprou.
Assim, a produção puxada realiza o processo inverso de uma produção empurrada, por isso, não gera acúmulo de produtos finais ou estoques. Tudo é feito estritamente de acordo com a demanda, sem exceder nenhum tipo de limite.
5. Perfeição
Por último, existe a etapa de perfeição. Nesse estágio, todos os desperdícios foram eliminados e os quatro conceitos anteriores estão integrados de maneira satisfatória.
Em resumo, a perfeição confere que o processo oferece valor, de acordo com a vontade do cliente, e não envolve nenhum tipo de desperdício. Chegar nesse ponto da metodologia não é tarefa fácil. Entretanto, não o atingir de imediato não é motivo para desistência. Pelo contrário, insistir é o segredo para que todas as etapas fiquem alinhadas.
Como esses princípios podem aumentar a eficiência e o sucesso do negócio?
Na medida que você utiliza o lean manufacturing, seus clientes perceberão melhorias.
Isso também vale para os colaboradores e fornecedores. Eles sabem como o seu processo produtivo acontece e, para eles, é vantajoso fazer parte desse cenário, pois sentem-se seguros e engajados.
No entanto, é importante lembrar que é a implementação a longo prazo que causa um impacto positivo em seus resultados. O foco e empenho inicial de melhorar através da implementação dessa filosofia deve ser mantido ao longo de todo o processo e adiante. É necessário muito acompanhamento, para que desvios sejam identificados e tratados.
Além disso, é imprescindível que nenhuma princípio ou etapa seja deixado de lado.
Toda a equipe deve mudar sua forma de agir, de modo a contribuir com esse processo e os resultados desejados. Portanto, invista na conscientização e na disseminação de informações sobre o assunto, para moldar sua empresa aos princípios do lean manufacturing.
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