Capital de giro: como deixar sua empresa sempre no verde
Você já se perguntou por que algumas empresas conseguem superar crises financeiras enquanto outras acabam fechando as portas?
O segredo, muitas vezes, está na gestão do capital de giro. Sem esse recurso essencial, mesmo negócios promissores podem enfrentar dificuldades para manter suas operações diárias e lidar com imprevistos financeiros.
Neste artigo, vamos explorar o que é capital de giro, seus tipos, sua importância para a saúde financeira da sua empresa e listar dicas para você fazer a gestão estratégica do seu caixa para garantir que seu negócio continue crescendo de forma sustentável.
Boa leitura!
O que é capital de giro?
De forma simples, capital de giro é o dinheiro que a sua empresa precisa para funcionar sem passar sufoco. Ou seja, são os recursos financeiros necessários para que a empresa mantenha suas operações diárias, como pagamento de fornecedores, salários e outras despesas correntes.
O capital de giro é o resultado da diferença entre os ativos circulantes, como dinheiro, estoques e contas a receber e os passivos circulantes, a exemplo das despesas operacionais.
Trazendo para uma analogia humana, o capital de giro é como se fosse o nosso oxigênio. Sem ele, você não sobrevive. O mesmo vale para uma empresa sem capital de giro. Captou?
Os 4 tipos de capital de giro
Ao pensar capital de giro, conseguimos pensar em 4 exemplos: capital de giro bruto, capital de giro líquido, capital de giro próprio e capital de giro de terceiros. Explicamos melhor eles aqui para você:
Capital de giro bruto
O capital de giro bruto refere-se ao total dos ativos circulantes da empresa, ou seja, todos os recursos que a empresa tem disponíveis em caixa, contas a receber, estoques e outros ativos que podem ser rapidamente convertidos em dinheiro. O capital de giro bruto não leva em consideração as obrigações de curto prazo, focando apenas nos ativos.
Capital de giro líquido
O capital de giro líquido é a diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes da empresa. Ele representa o montante disponível no caixa da empresa depois de tirar as obrigações de curto prazo. O capital de giro líquido é um indicador importante da saúde financeira da empresa, pois mostra o quanto ela possui para operar depois de pagar tudo o que precisa.
Capital de giro próprio
O capital de giro próprio é aquele que sai direto da empresa Ou seja, aquele em que a empresa financia com seus próprios recursos, sem depender de fontes externas. Esses recursos podem vir de lucros reinvestidos ou do capital dos sócios. A vantagem do capital de giro próprio é a autonomia financeira que ele oferece à empresa, mas a desvantagem é que pode limitar a capacidade de crescimento se os recursos próprios forem insuficientes.
Capital de giro de terceiros
O capital de giro de terceiros é aquele obtido através de empréstimos, financiamentos ou outras formas de crédito fornecidas por instituições financeiras ou fornecedores. É o famoso “pegar emprestado”.
Mesmo que ele permita que a empresa tenha acesso a recursos adicionais para suas operações, o capital de giro de terceiros implica custos financeiros, como juros e pode aumentar o risco financeiro da empresa.
Como calcular o capital de giro?
A fórmula para calcular o capital de giro é simples:
Capital de giro líquido: Ativo Circulante – Passivo Circulante
Mesmo parecendo uma conta de padaria, ela é o pilar da sustentação dos negócios. Para exemplificar bem como o cálculo deve ser feito, nossa equipe criou uma situação hipotética para te mostrar:
- O primeiro passo é identificar os ativos circulantes
- Caixa e Equivalentes de Caixa: R$ 100.000
- Contas a Receber: R$ 200.000 (valor total das vendas realizadas a prazo e ainda não recebidas)
- Estoques: R$ 150.000 (valor dos produtos e matérias-primas que a empresa possui em estoque)
- Despesas Pagas Antecipadamente: R$ 10.000 (despesas pagas antecipadamente, como seguros ou aluguéis)
Total: R$ 460.000
2. Identificação dos passivos circulantes:
- Contas a Pagar: R$ 120.000 (dívidas com fornecedores que devem ser pagas dentro do próximo mês)
- Empréstimos de Curto Prazo: R$ 50.000 (empréstimos que precisam ser quitados em curto prazo)
- Salários e Encargos a Pagar: R$ 80.000 (salários dos funcionários e encargos sociais devidos no próximo mês)
- Impostos a Pagar: R$ 30.000 (impostos que precisam ser pagos no curto prazo)
Total de Passivos Circulantes: R$ 280.000
3. Cálculo do capital de giro na prática:
Capital de Giro Líquido = R$ 460.000 – R$ 280.000
Capital de Giro Líquido = R$ 180.000
Outros tipos de fórmula de capital de giro
Além da fórmula mais conhecida, existem outras duas fórmulas de capital de giro para quem deseja ir além. Elas são para encontrar a necessidade de capital de giro e o capital de giro próprio. Confira:
Necessidade de capital de giro: NCG = Contas a pagar – (Contas a receber + Valor em estoque)
Capital de giro próprio: Capital de giro próprio = Patrimônio Líquido – (Ativo permanente + Ativo Realizável a Longo Prazo)
A importância do capital de giro para as empresas
Se fôssemos elencar os elementos base para a sobrevivência de uma empresa, o capital de giro seria o primeiro do ranking. Isso porque é ele quem possibilita o crescimento ou não dos negócios.
Esse assunto é de extrema relevância, ainda mais ao olharmos para o cenário brasileiro. No país, 39% dos pedidos de empréstimos das empresas é para cobrir suas despesas rotineiras, diz o estudo “O Financiamento dos Pequenos Negócios no Brasil”. O cenário ainda piora se levarmos em conta que 4 em cada 10 pequenos empresários usam o cartão de crédito para financiar a empresa.
Isso só demonstra ainda mais a importância de fomentar a construção de um capital de giro robusto, a fim de diminuir a taxa de endividamento das empresas e possibilitar a saúde dos negócios em tempos de crise.
6 dicas para melhorar a gestão do capital de giro da sua empresa
Saber o que é e como funciona o capital de giro é uma coisa. Agora, saber colocar ele em prática na empresa, já é outra. Assim, as nossas consultoras trouxeram 6 dicas para você construir e manter o seu capital de giro saudável e próspero. Olha
1) Atenção ao recebimentos e aos pagamentos
O melhor cenário para uma empresa é receber à vista e pagar a prazo sem juros, visto que isso fortalece o caixa. Mas, isso nem sempre é possível, como explica a consultora da Scoreplan, Susana Bem. Como saída, ela enfatiza que o ideal é reduzir ao máximo os prazos de recebimento e estender os prazos de pagamento.
A consultora da Scoreplan, Rochelle Bitencourt, completa a ideia de Susana, em que frisa a importância de negociar prazos de pagamento vantajosos e descontos com fornecedores para melhorar seu fluxo de caixa.
2) Tenha todos seus gastos mapeados
O controle do fluxo de caixa não se resume apenas ao registro de entradas e saídas. É fundamental realizar análises regulares para identificar padrões sazonais, prever déficits e ajustar as operações conforme necessário. Isso pode incluir a previsão de recebíveis e o planejamento de desembolsos para evitar picos de saída de caixa em momentos de baixa receita.
Aqui, a utilização de softwares de gestão financeira pode fornecer relatórios detalhados, alertas sobre saldos críticos e projeções baseadas em dados históricos, o que permite uma tomada de decisão mais informada e ágil.
3) Negocie com seus fornecedores
A negociação com fornecedores vai além da simples extensão de prazos de pagamento. Envolve o estabelecimento de parcerias estratégicas onde os fornecedores entendem as necessidades do seu negócio e oferecem condições flexíveis. Isso pode incluir descontos para compras em volume, prazos de pagamento estendidos sem juros, ou a possibilidade de consignação de mercadorias. A prática de renegociar contratos de forma periódica também pode resultar em termos mais favoráveis que ajudam a preservar o capital de giro. Além disso, diversificar fornecedores pode aumentar o poder de negociação e reduzir a dependência de um único parceiro.
4) Faça a gestão do seu estoque
A gestão de estoques vai além de manter níveis de produtos disponíveis. É necessário monitorar a rotatividade dos itens em estoque para evitar tanto o excesso quanto a falta de produtos.
Afinal, estoque parado é igual a dinheiro parado. Nesse contexto, é importante você estabelecer um giro de estoque e, se possível, trabalhar com estoque sob demanda. Ainda, nossa equipe pontua que, caso tenha produtos obsoletos ou fora de linha, é interessante pensar em alguma forma de liquidá-los, como em promoções. Ainda, um estoque enxuto e bem gerido ajuda a liberar recursos e melhorar a liquidez.
5) Reduza despesas operacionais
Quanto menos despesas desnecessárias, mais enxuto e certeiro se tornará o seu capital de giro. Então, faça uma análise criteriosa de todas as despesas da empresa e identifique áreas em que os custos podem ser reduzidos sem impactar negativamente o negócio.
Por exemplo, renegociar contratos de serviços, adotar práticas de economia de energia e otimizar o uso de recursos (como matérias-primas ou tempo de trabalho) podem gerar economias significativas que liberam recursos para o capital de giro.
6) Capriche no planejamento orçamentário
Um planejamento orçamentário sólido envolve a criação de cenários e a projeção de fluxos de caixa futuros, considerando tanto os melhores quanto os piores cenários. Isso inclui a análise de variáveis macroeconômicas que podem impactar o negócio, como inflação, taxas de juros e flutuações cambiais, além de fatores internos, como mudanças na demanda ou nos custos operacionais. Junto disso, Susana mostra a importância da criação de cenários otimistas e dos aumentos de receitas, com tudo sempre dentro do conhecimento e perspectivas dos administradores,
A revisão periódica dos planos financeiros, alinhada com a análise de desempenho real versus o previsto, permite ajustes tempestivos, assegurando que o capital de giro seja gerido de maneira proativa e eficiente.
7) Use a tecnologia a seu favor
É dinheiro daqui, dinheiro de lá. Fica até fácil se perder. Por isso, o uso de softwares que te auxiliam a controlar a sua gestão orçamentária são uma boa saída para melhorar o seu capital de giro.
Por exemplo, com a Scoreplan, você consegue reunir todos os seus dados financeiros em uma única plataforma acessível em qualquer dispositivo via web. Dessa forma, você pode eliminar as planilhas, padronizar seus indicadores e vê-los de forma visual.
Bom, com esse conteúdo e com as dicas das nossas consultoras, você tem a faca e o queijo na mão para deixar o seu capital de giro em dia e saudável na sua operação empresarial.
E se você estiver disposto a melhorar ainda mais o caixa da sua empresa, confira como nós da Scoreplan podemos te ajudar. Nossos consultores, incluindo a Rochele e a Susana, estão ansiosos para te ajudar.
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