DRE

DRE: O que é, e qual sua importância no sucesso de uma empresa

Ninguém duvida de que uma empresa não pode prosperar sem mecanismos de controle. O DRE é um dos instrumentos indispensáveis para isso.

Entre suas muitas utilidades, está a de fornecer um panorama abrangente sobre a saúde financeira do negócio, de modo que se possa saber se foi gerado lucro ou prejuízo.

Já dizia o mestre William E. Deming “não há sucesso no que não se gerencia”, certo?

O DRE é a ferramenta certa para isso, já que é não apenas uma ferramenta contábil, como um importante meio para se obter insights. Avance na leitura e veja como ele funciona!

Afinal, o que é DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício)?

O DRE é composto por um resumo de todas as operações financeiras de uma empresa, servindo como uma espécie de relatório consolidado de suas contas. Portanto, nele devem constar todas as receitas e despesas geradas, de modo a apontar para o resultado de um dado exercício.

A visão abrangente que ele fornece ajuda a tomar decisões sobre o que fazer com os recursos da empresa, bem como a identificar eventuais focos de gastos extemporâneos.

Sendo assim, um DRE é essencial para todo gestor que pretenda ter mais controle sobre os negócios e para entender de onde vêm suas receitas e despesas.

DRE é o mesmo que balanço patrimonial?

Embora sejam ambos obrigatórios para certas empresas e computarem ativos e passivos, DRE e balanço patrimonial (BP) têm finalidades distintas.

Enquanto o DRE serve como um demonstrativo consolidado dos resultados de uma empresa por exercício, o BP serve como um saldo do patrimônio geral.

Certos tipos de rubrica que podem entrar no BP não entrariam em um DRE, como seria o caso de certos ativos imobilizados.

Em outras palavras: o balanço serve para traçar um panorama amplo da parte patrimonial, enquanto o DRE evidencia se um negócio gerou lucro ou prejuízo em um dado período.

DRE é anual ou mensal?

O DRE é também um documento comparativo entre o que a empresa projetou em seu orçamento e aquilo que foi realizado.

Embora ele seja obrigatório em certos casos, a frequência com que pode ser realizado é livre. Ou seja, o DRE pode ser mensal, bimestral, trimestral, semestral ou anual.

Obrigatório ou não, a verdade é que o DRE vem a ser um importante mecanismo de controle, sem o qual não seria possível diagnosticar a saúde financeira de um negócio.

Que empresa deve fazer?

Ainda que não seja obrigatório para todas as empresas, o DRE pode e deve ser feito em qualquer tipo de empreendimento.

Do mais simples negócio individual à mais poderosa das S.As, todos se beneficiam quando utilizam esse importante instrumento contábil e financeiro.

A razão para isso é simples: o DRE é o único meio comprovadamente eficaz para apurar se houve lucro ou não em um exercício. 

Lembrando que as empresas listadas na bolsa de valores são obrigadas a divulgar seus respectivos DREs semestralmente ou trimestralmente.

Quais os elementos de uma DRE?

A versão anual do DRE é obrigatória para todas as empresas legalmente constituídas, exceto MEIs.

Seu modelo padrão está previsto na Lei 6.404/1976, cujo artigo nº 187 especifica os elementos que um DRE precisa conter. Confira:

I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 

V – o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; 

VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Como fazer DRE passo a passo

Apesar de ser uma função da Contabilidade, todo gestor pode, se assim desejar, fazer seu próprio DRE.

Você pode, por exemplo, usar o seu demonstrativo para comparar com o DRE da empresa, a fim de encontrar possíveis falhas ou erros de conciliação.

Não sendo um documento oficial, ele pode ser usado como uma espécie de “backup” de segurança, para o caso de os registros contábeis não poderem ser acessados.

Sem contar que informação e conhecimento nunca são demais quando o objetivo é manter as rédeas curtas sobre um negócio.

Veja então a seguir como fazer um DRE de forma simples.

Monte a estrutura

O primeiro aspecto a ser observado é que o DRE é sempre feito considerando o regime de competência, ou seja, todos os registros devem ser feitos na data em que ocorreram. Portanto, ativos ou passivos a realizar não entram na conta.

Essa estrutura pode variar na nomenclatura de um ou outro item, mas em geral ela fica assim:

Receita Bruta

(-) Deduções e abatimentos

(=) Receita Líquida

(-) CMV (Custos de mercadorias vendidas)

(=) Lucro Bruto

(-) Despesas com Vendas

(-) Despesas Administrativas

(-) Despesas Financeiras

(=) Resultado Antes IRPJ CSLL

(-) Provisões IRPJ E CSLL

(=) Resultado Líquido.

Calcule a Receita Líquida

Como vimos, o DRE serve para demonstrar se a empresa obteve lucro ou prejuízo em um certo período.

Essa informação é apurada pelo cálculo da receita líquida, obtida a partir de todo o valor da receita bruta menos as deduções e abatimentos.

Obtenha o Resultado Bruto

Embora a receita líquida aponte para um resultado, ela ainda não diz claramente qual o panorama financeiro.

Para isso, é preciso calcular o resultado bruto, que consiste na diferença entre a receita líquida e os custos de produção da mercadoria (CMV).

Apure o resultado antes do IR e CSLL

Os impostos representam uma das fontes de despesas mais recorrentes em um negócio. Independentemente do tipo de empresa, é certo que ela será tributada de alguma forma.

Dois dos impostos/tributos mais pesados em razão de suas alíquotas são o Imposto de Renda (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Por incidir diretamente sobre o faturamento, é necessário apresentar os resultados antes do respectivo desconto, de modo que seus impactos possam ser mensurados.

Calcule o Lucro Líquido

Por sua vez, o lucro líquido (ou resultado líquido) é calculado subtraindo os impostos e taxas do lucro bruto.

Dessa forma, teremos um resultado que vai corresponder ao que a empresa efetivamente realizou, obtido a partir dos lucros e prejuízos para um período.

Um lucro líquido positivo aponta para a lucratividade, ou seja, que o negócio foi superavitário, mesmo pagando impostos e arcando com outras despesas.

Mas, se esse resultado for negativo, então a empresa se mostrou deficitária, demandando por isso ações de controle ou o reajuste do orçamento.

DRE é o mesmo que balancete?

Quem não é do ramo contábil pode facilmente confundir DRE com balancete, até porque ambos têm funções quase idênticas. Aliás, cabe diferenciá-lo também do já destacado balanço patrimonial.

Nesse aspecto, o balancete seria como um “pré-balanço” em que a empresa realiza os mesmos cálculos para períodos de tempo mais curtos.

Por aí já se nota a diferença para o DRE que, como vimos, é um documento obrigatório de abrangência anual para todas as empresas, ainda que possa cobrir outros períodos.

Como usar o DRE para analisar a performance financeira?

Um demonstrativo “como manda o figurino” é de grande utilidade para conhecer a saúde financeira de uma empresa.

Ele permite, por exemplo, realizar análises horizontais, de modo que a evolução de uma certa despesa seja conhecida.

Com o tempo, você saberá se uma conta qualquer está sob controle, “inchando” ou diminuindo.

Pode ser usado, ainda, para saber se um certo produto ou serviço está gerando lucro, a partir dos valores de receita apurados e dos impostos incidentes.

Também permite fazer análises verticais, nas quais o gestor pode comparar a evolução de uma certa despesa com outras categorias de custos.

Quais as vantagens de fazer um DRE?

A principal vantagem de fazer um DRE periodicamente é que ele serve como um referencial para o processo decisório.

Imagine, por exemplo, que uma análise vertical revelou que o produto A, que se esperava mais lucrativo, tem dado mais prejuízo quando comparado ao produto B.

Você só tomaria conhecimento disso por meio do DRE e, dessa forma, só poderia decidir o que fazer a partir desse documento.

Isso sem contar a maior clareza sobre o status financeiro do negócio, outra revelação a que você só teria acesso por meio de um demonstrativo abrangente para um exercício.

Conclusão

Sem um DRE, não haveria como conhecer em detalhes a performance de uma empresa. Mas existem outras soluções tão importantes quanto esse demonstrativo.

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