Guia de ESG: o que é e como aplicar em sua empresa
ESG. Três letras que representam muito para o universo dos negócios: uma verdadeira tendência na gestão de empresas. Mesmo não sendo um tema novo no mercado, o ESG ganhou força nos últimos anos pela crescente consciência sobre os impactos do mundo corporativo.
O conjunto de práticas de ESG se mostra cada vez mais necessário para empresas que buscam crescer. Afinal, tanto o mercado quanto os consumidores estão cada vez mais exigentes. Mas você sabe o que está por trás dessa sigla? No Guia de ESG: o que é e como aplicar em sua empresa você descobre todos os detalhes essenciais para o seu negócio.
Vamos lá!
O que é ESG?
O ESG é um conjunto de boas práticas e padrões que tem como objetivo demonstrar se uma empresa possui consciência social, ambiental e de governança corporativa. A sigla, em inglês, traz os três pilares do conceito: Environmental (Meio ambiente), Social (Social) e Governance (Governança).
São critérios que olham a organização para além dos números e dos seus resultados financeiros, mas a partir de um contexto maior. Esses critérios funcionam como balizadores da empresa. É com eles que são avaliados os impactos positivos do ponto de vista social, ambiental e corporativo, e se são de fato sustentáveis.
Nesse sentido, a implementação do ESG à cultura organizacional traz ao debate a necessidade de unir propósito e lucro. Ou seja, a empresa precisa estar comprometida a ser uma agente de transformação social.
Assim, o ESG é uma forma de demonstrar que a empresa está ciente da influência, tanto positiva como negativa, que compartilha. A partir das decisões tomadas nos três níveis das práticas de ESG, uma empresa pode gerar todo um ecossistema social.
Quando surgiu o conceito de ESG?
Apesar do ESG estar “na boca do povo”, apenas nos últimos anos a preocupação para que as empresas fossem mais sustentáveis passou a ser pauta corporativa. Entre 1970 e 1980, criou-se o termo Socially Responsible Investing que, em português, significa “Investimento Sustentável Responsável”.
Isso quer dizer que fundos de investimento começaram a levar em consideração critérios sociais para a tomada de decisão de onde investir.
Porém, tratando-se propriamente de ESG, a primeira utilização da sigla encontra-se no relatório “Who Cares Wins“, de 2005, fruto de uma iniciativa liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em tradução livre o título significa “Quem cuida, ganha”.
20 instituições financeiras de 9 países (incluindo o Brasil) participaram do projeto. O objetivo era que os países se unissem para estabelecer caminhos e modelos para a inclusão de questões ambientais, sociais e de governança na gestão.
Quais são os três pilares das práticas de ESG?
Agora que já apresentamos uma introdução sobre o assunto, vamos falar dos detalhes sobre cada um dos três princípios norteadores do ESG.
Ambiental (Environmental)
O primeiro pilar das práticas de ESG é o Ambiental. Nele estão incluídas as ações da empresa que envolvem o meio ambiente e o uso dos recursos naturais da Terra. Entre os critérios que fazem parte da responsabilidade ambiental estão:
- Escolha por fontes renováveis;
- Realização da gestão de resíduos;
- Logística reversa de produtos;
- Fornecedores responsáveis;
- Posicionamento sobre as questões climáticas;
- Redução e eliminação de poluentes;
- Preservação da biodiversidade (nas terras que a empresa possui).
Social (Social)
O pilar Social aborda as atividades que impactam diretamente as pessoas envolvidas nos processos da empresa, tais como colaboradores (e suas famílias) e clientes. Dessa forma, é mais direcionado ao relacionamento interpessoal. Estão incluídos pontos como:
- Análise da taxa de turnover;
- Desenvolvimento de talentos;
- Cumprimento da legislação trabalhista;
- Engajamento dos colaboradores;
- Relacionamento com o cliente;
- Segurança e proteção de dados;
- Benefícios oferecidos;
- Posicionamento sobre questões relativas aos direitos humanos;
- Remuneração justa;
- Incentivo à diversidade e inclusão.
Aqui, pode-se incluir também a relação com fornecedores, no sentido de optar por aqueles que não atuem com trabalho infantil, mão-de-obra escrava, baixos salários, etc.
Governança Corporativa (Governance)
No terceiro pilar, a Governança Corporativa traz as diretrizes que servem para conduzir as ações realizadas no âmbito administrativo. Isso quer dizer que são ações que envolvem diretamente a gestão da empresa. Alguns dos critérios são:
- Transparência financeira e contábil;
- Independência e diversidade nos conselhos;
- Práticas anticorrupção;
- Relatórios financeiros claros;
- Conduta corporativa;
- Remuneração dos acionistas;
- Relação com entidades governamentais e políticas;
- Gestão de riscos.
Por que o ESG vem ganhando destaque?
É fato que nunca se falou tanto em ESG dentro do ambiente corporativo. Mais do que uma “moda passageira”, o conceito veio para trazer mudanças significativas no modo de atuar das empresas – e de quem as comanda.
O cenário atual é resultado da evolução do mercado e dos cidadãos, que exigem que as organizações tenham responsabilidades além do lucro. E, diferentemente do século XX, hoje todo negócio é visto como parte integrante e atuante da sociedade.
Antes, questões ambientais, por exemplo, eram vistas apenas como algo externo às empresas. Ou seja, não havia a consciência de que toda ação praticada (seja por uma pessoa física ou jurídica) influencia o entorno.
Com as práticas de ESG, a geração de valor de uma empresa passa a ser o seu propósito maior, chegando a todas as partes interessadas, as quais são chamadas de stakeholders.
Qual a importância das práticas de ESG?
A importância do ESG vem crescendo a cada dia. Isso porque se sabe que é urgente que todo cidadão tome consciência sobre o modo como lida com a vida ao seu redor, seus familiares, seu trabalho, seu posicionamento político, etc.
Com esse novo momento da humanidade, as relações de consumo adquirem também novos recortes. Isso quer dizer que a maioria das pessoas está se dando conta da importância dos fatores defendidos pelo conceito de ESG e não abre mais mão deles na hora de comprar e investir.
Dessa forma, quando uma empresa opta por desconsiderar as diretrizes de ESG, está correndo riscos de sofrer consequências negativas. Afinal, está indo na contramão do que clientes, parceiros e colaboradores exigem das organizações.
É importante estar atento ao que o ESG apresenta porque traz mudanças significativas no modo como uma empresa atua diante dos seus funcionários, clientes, fornecedores, comunidades e governo.
Para trazer mais clareza sobre a importância de investir em questões ambientais, sociais e de governança corporativa, trazemos a visão de três desses grupos:
Colaboradores
Profissionais de alto nível buscam trabalhar em empresas que assumem sua responsabilidade social. Ou seja, que tomem decisões que beneficiem não apenas o negócio, mas todos que fazem parte dele. Além disso, sabe-se que o engajamento dos funcionários traz vantagens à empresa, como taxas menores de rotatividade e maior produtividade.
Consumidores
Os consumidores também estão cada vez mais exigentes no momento de escolher entre uma marca ou outra. A etapa de consideração leva em conta as práticas internas de trabalho e não apenas o produto final. Hoje, não resta mais dúvida de que a preferência do cliente é cada vez maior por produtos sustentáveis, eco-friendly, veganos, etc.
Investidores
De acordo com um estudo da Deloitte, realizado em 2019, 75% dos investidores globais levaram em consideração os padrões de ESG em pelo menos um quarto dos seus investimentos. Sim, os investidores já sabem que as questões abordadas no conceito exercem grande influência no valor de mercado e na avaliação de uma empresa.
Quais as vantagens das práticas de ESG para a sua empresa?
Com a leitura do artigo até aqui, talvez você já tenha se dado conta de algumas das vantagens que o ESG pode trazer para a sua empresa. Porém, para mostrar que vale a pena conhecer mais a fundo a sigla, elencamos quais são os 7 maiores benefícios:
1. Empresa mais competitiva
Empresas que estão bem classificadas em relação ao ESG são mais competitivas. O principal motivo é sua maior capacidade de atração e retenção dos melhores talentos. Além disso, são notadas como organizações mais inovadoras e mais propensas a investir em novas tecnologias.
2. Credibilidade e reputação
A melhora da reputação da empresa é outro grande benefício. Afinal, consumidores e demais stakeholders estão atentos para apoiar somente negócios que se propõem a impactar o mundo de forma positiva.
3. Menos custos
Outra vantagem é o empenho para tornar o ESG uma realidade é a possibilidade de redução de custos. Isso se deve a maior transparência dos gastos e ganhos da empresa. Além disso, estabelecimento de melhores estratégias para investimento em produtos e processos mais eficientes também está entre as vantagens.
4. Clientes fiéis
Apostar no índice ESG também pode aproximar o cliente da empresa, já que ele passa a se identificar muito mais com a empresa e seus valores. Logo, a escolha por boas práticas nos três níveis se mostra como excelente recurso para gerar aumento de vendas.
5. Investidores mais seguros
Vale reforçar que os critérios de ESG são vistos pelos investidores como uma segurança a mais. Afinal, empresas que contam com altas pontuações no índice tendem a ser bem gerenciadas, além de apresentarem práticas de governança corporativa atualizadas.
6. Transparência e sustentabilidade
Empresas que aplicam o ESG costumam ser mais transparentes, além de dedicarem mais tempo e recursos para desenvolver políticas de proteção ao meio ambiente. Por questões como essas, passam a ser vistas como negócios sustentáveis e responsáveis, tanto no ambiente interno quanto externo.
7. Acesso a linhas de crédito
Hoje, diversos bancos e instituições financeiras já oferecem linhas de crédito especiais para empresas que possuem uma boa classificação em ESG. São instituições que apresentam maior nível de confiança e menor risco de calote.
O que é necessário para uma empresa atender ao ESG?
Para que uma empresa faça parte do ranking do índice de ESG, a primeira coisa a ser feita é estar listada na Bolsa de Valores, ou, pelo menos, estar trabalhando para isso. Quem realiza a pontuação são diferentes agências, de natureza comercial ou sem fins lucrativos.
Para que a classificação seja concedida, as agências fazem uma análise minuciosa de cada empresa. Isto é, os pontos que são levados em conta são os dados básicos e específicos sobre a empresa, e quais são as ações criadas e realizadas a partir das recomendações do ESG, além da identificação dos problemas enfrentados.
A título de curiosidade, um dos sistemas de ranking de ESG mais respeitados e utilizados a nível global é o MSCI ESG Score, que realiza sua avaliação considerando 10 categorias ambientais, sociais e de governança corporativa.
Como aplicar ESG na sua empresa?
Agora que já ficou claro como é importante estar a par do assunto, chegou a hora de falar sobre o que é possível fazer para aplicar as práticas de ESG na sua empresa. Então, se você estava se perguntando como começar, listamos os principais passos para a sua implementação:
Passo 1. Criar um plano de trabalho
Como em outros casos, a primeira etapa se dá com o diagnóstico da empresa em relação à sua realidade atual. Isto é, perceber qual é o nível de maturidade. Para isso, é importante identificar pontos onde já há uma atuação consistente e onde é preciso criar objetivos e, então, um plano de trabalho para alcançá-los.
Vale destacar que toda meta deve ser alcançável e passível de mensuração. Esse cuidado é importante para que o projeto persista com o passar do tempo. Infelizmente, há sempre a chance de ser deixado de lado por ser visto como “muito difícil”.
Passo 2. Estabelecer uma política alinhada
Pode parecer óbvio, mas toda nova política da empresa deve estar alinhada e ser coerente com a sua visão e valores. Isso é importante porque, caso sejam criadas políticas que não “fecham” com a cultura do negócio, elas dificilmente serão colocadas em prática e podem gerar confusões.
Ainda há aquelas empresas que estabelecem práticas de ESG que, na teoria, são ótimas, mas que não são colocadas em prática. Um dos motivos para isso é ter ações que não conversam de verdade com a marca. Vale reforçar que as ações de ESG estão muito além de serem só estratégias de marketing
Passo 3. Definir o foco de cada pilar
Para que uma organização obtenha reconhecimento a partir dos critérios de ESG, é necessário que ela apresente ao menos um foco para cada pilar. Esse ponto tem a função de orientar e direcionar o que será feito.
Sabemos que a empresa não necessariamente precisa atuar de forma igual nos três pilares, mesmo porque cada uma possui suas características próprias. Porém, o que deve ser lembrado é que todos os eixos precisam ser atendidos, mesmo que em intensidades diferentes.
Passo 4. Colocar o plano em prática
Um projeto de ESG será implementado de forma correta e eficaz quando os três fatores seguintes trabalharem em conjunto: pessoas, processos e sistemas de gestão. Então, sem qualquer um dos três, será muito difícil obter sucesso na jornada, com mudanças reais e resultados satisfatórios.
Os colaboradores atuarão diretamente, sendo o ponto que mais merece atenção. Já os processos são os procedimentos que devem ser realizados e podem passar por alterações, revisões e ajustes. Em suma, os sistemas de gestão organizam e padronizam os processos, otimizando a implementação.
Passo 5. Avaliar os resultados
A última etapa é a avaliação dos resultados do plano de trabalho de ESG que foi criado e colocado em prática. Nesse passo é imprescindível que as metas estabelecidas possam ser mensuradas, como falamos anteriormente.
Em resumo, os dados colhidos podem ser organizados de forma clara, com métricas e indicadores que de fato mostrem quais foram as mudanças ocorridas no ambiente corporativo. Fazendo dessa forma, pode-se organizar as informações em concordância com padrões internacionais.
Scoreplan e ESG: como podemos ajudar sua empresa?
A Scoreplan é a plataforma mais completa do mercado para planejamento estratégico, planejamento orçamentário, gestão de indicadores, gestão de projetos, auditorias e ocorrências, e gestão de planos de ação. Atualmente, são centenas de empresas e mais de 5400 pessoas utilizando nossos produtos, clientes dos mais diversos segmentos e portes.
Além disso, a partir da tecnologia para o módulo de Diagnósticos ESG, as empresas que buscam integrar o índice ESG conseguem mensurar qual o seu nível e maturidade em relação à gestão dos aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa, que visam a sustentabilidade das organizações.
Juntamente com o diagnóstico realizado na plataforma Scoreplan, as empresas podem identificar em quais etapas necessitam evoluir para melhorar seu desempenho e tomar as melhores decisões de acordo com seu contexto atual.
Diagnóstico de ESG com a Scoreplan
O módulo de Diagnósticos ESG da Scoreplan engloba 15 áreas de uma empresa que podem ser avaliadas, trazendo assim uma visão clara, realista e completa de como está o nível de maturidade do negócio em relação ao ESG. Confira quais são os pontos:
- Resíduos
- Energia
- Água
- Natureza
- Pegada de carbono
- Trabalho
- Clientes
- Equipe
- Comunidade
- Segurança e Qualidade
- Finanças
- Ética
- Diretoria
- Conduta
- Relação com o governo
Concluindo nosso guia, para saber mais sobre esse módulo e ou ainda conhecer melhor quais são as demais funcionalidades do software Scoreplan, nos chame para conversar ou peça uma demonstração sem compromisso!
E se você já quiser começar, aproveite para baixar agora uma planilha gratuita que vai te ajudar nesse primeiro momento a realizar um diagnóstico de ESG no seu negócio!
Excelente conhecer melhor sobre esses 3 pilares e seus resultados para uma empresa que adota estes métodos .