Liderança transformacional: entenda como funciona

A liderança transformacional, embora não seja um conceito recente, ainda é fonte de inspiração para empresas que desejam mudar sua cultura ou inovar. Criado na década de 1970 pelo sociólogo James V. Downton, autor do livro “Rebel Leadership: Commitment and Charisma in a Revolutionary Process”, ela é, até hoje, uma referência no campo da gestão de pessoas.

Contudo, o que faz esse tipo de liderança ser tão valorizada, mesmo décadas após ser reconhecida? Talvez seja pelas características intrínsecas para exercê-la, cada vez mais desejadas no sempre competitivo — e, às vezes, insano — contexto corporativo.

Entenda o que é necessário para ser esse tipo de líder e de que forma ele pode ajudar empresas de todos os tipos a ganhar novo fôlego em seus negócios.

A importância da liderança transformacional

Empresas são como pessoas. Cada uma tem personalidade própria e está inserida em realidades distintas. Uma fábrica de calçados do interior de São Paulo não será igual em sua cultura e valores se comparada a uma fábrica de calçados japonesa, por exemplo.

Sendo assim, para cada tipo de perfil, diferentes líderes serão mais ou menos adequados. Uma liderança diretiva, pode ser mais indicada para as empresas com organização incipiente. Já a liderança democrática pode ser melhor para aquelas de modelo de gestão horizontal e por aí vai.

Por sua vez, a liderança transformacional pode ser considera um autêntico “coringa” entre os diversos modelos congêneres, porque, na prática, ela atende a todos os tipos de empresas. Uma forma de entender por que ela é tão versátil é conhecer os requisitos de um líder nesse perfil.

  • incentiva a inovação e prepara as pessoas para os cenários futuros;
  • ajuda a manter o negócio competitivo;
  • Desenvolve equipes e pessoas adaptáveis;
  • Gera um ambiente de aprendizado contínuo;
  • Dá mais autonomia e oportunidade às pessoas;
  • Cria um bom ambiente de trabalho.

Confira!

Os elementos básicos para liderar dessa forma

De acordo com a obra de James V. Downton, a base da liderança transformacional é o trabalho em equipe. Por ela, a gestão colaborativa é efetivamente praticada, porque um líder desse tipo busca sempre extrair o melhor de cada um, sem exceção.

Diferentemente dos modelos competitivos convencionais, na liderança transformacional todos são instados a colaborar, não importa se estão mais ou menos qualificados. Situação inversa acontece nos modelos convencionais, nos quais as pessoas se sentem em uma “selva”, onde precisam lutar diariamente pela sobrevivência em um meio hostil.

Além desse viés mais empático e de compreensão mútua, outro elemento básico da liderança transformacional é a capacidade de gerar autonomia. Nela, cada um trabalha sem as pressões típicas dos modelos de gestão verticais, nos quais a busca por resultados, não raro, costuma atropelar a ética e o bom senso.

As diferenças desse tipo de liderança

Por essas características, um líder que transforma se diferencia dos outros em função da sua maior capacidade de comandar não pela sua qualificação, mas pelo exemplo. Ou melhor: a formação e a experiência continuam importantes, mas no caso da liderança transformacional, elas estarão sempre a serviço de propósitos mais elevados.

Isso gera impactos, por exemplo, nos processos de avaliação de desempenho. Na liderança transformacional, o que é mais valorizado é a capacidade de trabalhar em equipe e de gerar resultados coletivos e não as conquistas individuais.

Os atributos indispensáveis para um líder que transforma

O líder transformacional ainda precisa reunir quatro requisitos fundamentais, segundo a obra que dá origem ao conceito.

Veja quais são nos tópicos seguintes.

Influência idealizada

Talvez esse seja o requisito mais valorizado desse tipo de liderança, porque, nele, o que vale é o exemplo. Assim, a liderança é exercida não apenas por comandos, mas pelo princípio da empatia. Então, o líder jamais pede a um membro da sua equipe aquilo que ele não poderia ou não gostaria de fazer.

Estímulo intelectual

Outra forma de liderar e, com isso, induzir à transformação, é pressupor que as pessoas que compõem um time são capazes e inteligentes. A partir disso, o líder transformacional está sempre disposto a ouvi-las e a considerar suas ideias.

Motivação inspiracional

A arte de motivar consiste em criar uma centelha criativa quando aparentemente falta o combustível necessário. O líder transformacional sabe fazer isso porque uma de suas características é fazer seu trabalho com paixão genuína.

Consideração individualizada

Liderar é estar o tempo todo disposto a dar feedbacks e a aprimorar os processos de comunicação dentro da empresa. Por isso, nesse modelo de liderança, todas as críticas, elogios e considerações são feitas individualmente, tendo em vista os anseios, expectativas e a personalidade de cada um.

Os exemplos de líderes transformacionais

Por causa das suas virtudes incontestáveis, o formato de liderança que visa a transformação é uma excelente ferramenta de employer branding. Ou seja, quando as pessoas se sentem motivadas por um líder que comanda pelo exemplo, naturalmente elas estarão satisfeitas com a empresa. Assim, elas serão, dentro e fora dos seus muros, suas maiores defensoras, o que gera uma espécie de “efeito cascata” do bem.

Assim fizeram e fazem alguns dos maiores expoentes desse tipo de liderança, com destaque para os nomes a seguir.

Steve Jobs

Embora polêmico e, em algumas situações, tenha usado métodos contestáveis para obter resultados, é inegável que Steve Jobs provocou uma revolução. Isso porque ele procurava liderar não por meio de palavras, mas acima de tudo, dando exemplos conforme suas convicções.

Elon Musk

O visionário líder da Tesla levou para o sempre contestado segmento automotivo não apenas uma marca, mas uma nova proposta, na qual os veículos não são vilões. Eles deixam de ser agentes poluidores para serem aquilo para que sempre foram destinados: ajudar as pessoas a ganhar tempo sem agredir o meio ambiente.

Oprah Winfrey

Poucas lideranças são tão capazes de transformar quanto aquelas que, pelos padrões sociais convencionais, tinham tudo para fracassar. Assim é a multitalentosa Oprah Winfrey, primeira negra a entrar para a lista de bilionários da Forbes.

Luiza Trajano

No Brasil, um bom exemplo de liderança transformacional é a empresária Luiza Trajano. Responsável por alavancar a rede de Lojas Magazine Luiza ao sucesso, ela ajudou a consolidar na empresa um modelo de negócios no qual todos podem ser agentes da transformação.

Dicas para se tornar um líder transformacional

  1. Defina uma visão inspiradora (mas realizável, é claro) de futuro;
  2. Acredite neste visão e estimule os demais integrantes da equipe a comprarem a ideia e lutarem por ela;
  3. Gerencie os resultados e as pessoas sempre com foco nesta visão;
  4. Desenvolva relacionamentos cada vez mais fortes com os integrantes do time

Alguns livros que podem te ajudar nesta jornada:

➡️ Gestão de Alta Performance: Tudo o que um gestor precisa saber para gerenciar equipes e manter o foco em resultados (por Andrew S. Grove e Cristina Yamagami)

➡️Pipeline de Liderança(por Ram Charan, Stephen Drotter e James Noel)

Enfim, seja qual for o seu ramo de negócios, a liderança transformacional é um modelo dos mais indicados para motivar a equipe e inovar. Aposte nele e faça mais sucesso em todos os sentidos.

Assine nossa newsletter e receba conteúdos que inspiram e ajudam você a liderar melhor!

Fale o que você pensa

O seu endereço de e-mail não será publicado.