Planejamento estratégico e orçamento empresarial

Planejamento estratégico e orçamento empresarial, qual a relação?

Planejamento estratégico e orçamento empresarial são como cartas em um baralho. Podem ser diferentes no naipe e no valor, mas, na prática, fazem parte de um mesmo jogo.

Assim como em certos jogos as cartas têm uma relação, aumentando ou diminuindo o seu poder conforme as circunstâncias, planejamento e orçamento também são interdependentes de certa forma.

Sendo assim, toda atividade produtiva precisa se orientar por essas duas peças de gestão, sem as quais o negócio passa a correr riscos.

Afinal, sem planejamento uma empresa se arrisca a ficar sem rumo, enquanto sem um orçamento ela se expõe a problemas financeiros diversos.

Entenda na sequência que tipo de relação eles têm entre si, que vantagens eles trazem e como começar a montar um planejamento e orçamento campeões. Confira!

Qual a relação entre planejamento estratégico e orçamento empresarial?

As estatísticas e a experiência prática comprovam o valor da gestão para a sobrevivência de um negócio.

De acordo com o IBGE, 60% das empresas brasileiras fecham as portas em 5 anos. Entre os motivos para isso estão justamente a falta de experiência em gerir um negócio, como também aponta uma matéria publicada no jornal O Globo.

Para que entenda essa relação de codependência e a importância de investir nos dois processos, vou fazer uma analogia:

Digamos que para os próximos 2 anos um de seus objetivos de vida seja fazer uma especialização no exterior e consequentemente morar por pelo menos 6 meses fora do país. Ok, neste ponto você tem apenas o objetivo definido, que provavelmente faz parte de uma estratégia maior (ser referência na sua área de atuação, por exemplo). Mas, como você fará isso?

É neste ponto que entram os planos de ação, ou seja, tudo o que você precisará fazer para que esse objetivo se concretize de fato, por exemplo: escolher a instituição, estudar a cultura e a demografia da cidade em que irá morar, estudar o idioma local, enviar a candidatura, providenciar seu passaporte… e, o principal, que você deve estar se perguntando desde que usei o exemplo de objetivo; como tornar isso financeiramente viável? Ou seja, quais serão os valores que você precisará investir e desembolsar para cobrir os custos do atingimento deste objetivo?

É exatamente neste ponto que o Planejamento Estratégico (Estratégia + Objetivos + Planos de Ação) e o Orçamento Empresarial (viabilização do Planejamento Estratégico) vão se encontrar.

Faria sentido montar todo o plano sem considerar a questão financeira?

Não, pois neste caso você apenas perderia tempo e, se enrolaria todo no processo; o que provavelmente culminaria no insucesso do seu plano.

Nas empresas funciona da mesma maneira. Portanto é imprescindível que, após o Planejamento Estratégico pronto seja feito também o Planejamento Orçamentário. De modo geral, podemos dizer que o Planejamento Orçamentário vem depois, porque é ele que se adapta ao PE e à estratégia como um todo, e não o contrário. No entanto, é necessário que haja análise de cenário, afinal a gestão estratégica está longe de ser apenas uma ciência exata.

Por que ambos devem caminhar lado a lado?

Assim sendo, planejamento estratégico e orçamento são indispensáveis para que um negócio se mantenha os trilhos e não se acomode quando as coisas vão bem.

No sentido inverso, eles ajudam também a orientar as decisões nos momentos de turbulência, evitando assim que gestores ajam precipitadamente.

Imagine, no primeiro caso, que a sua empresa, líder de mercado, descuida do planejamento em um certo período.

Dessa forma, ela passa a ignorar o cenário externo, já que sem planejar ela deixa de colocar em prática ferramentas como a análise SWOT, por exemplo.

Por sua vez, essa falta de atenção facilita a entrada de concorrentes com produtos inovadores ou soluções disruptivas, para as quais sua empresa não estava preparada para dar uma resposta.

Percebe, então, como a falta de planejamento gera um efeito cascata dos mais perigosos?

Sem planejar, ela também acaba deixando de lado a disciplina financeira, tendo em vista que não há um rumo ou um objetivo mais específico a ser atingido.

Portanto, sem planejamento estratégico um negócio não tem como se posicionar nem saber o que quer para si e, dessa forma, não pode direcionar corretamente seus gastos.

Que vantagens a integração traz?

Aliar planejamento estratégico e orçamentário traz não só segurança em relação às ameaças externas, como diversas vantagens competitivas. Veja quais são!

Assegura o cumprimento de metas

Quando a empresa planeja suas atividades, ela passa a se orientar conforme uma estratégia.

A partir disso, ela necessariamente precisará também prever seus custos fixos, variáveis e controlar seu fluxo de caixa, entre outras medidas.

Dessa forma, ela se habilita a cumprir suas metas, das mais modestas às mais ambiciosas.

Melhora o processo decisório

Nada pior em um momento de crise do que não saber o que fazer para sair dela.

Empresas mais amadurecidas na parte do planejamento, em geral, trabalham não só com um plano de negócio, mas duas ou três opções.

Cada uma delas prevê cenários realista, otimista ou pessimista, ou seja, existe um norte a ser seguido, sejam quais forem as circunstâncias.

Assim, as decisões tomadas são sempre assertivas, pautadas em dados e em uma estratégia previamente definida, evitando o sempre perigoso “achismo”.

Aumenta o retorno sobre o investimento

O retorno sobre o investimento (ROI) é uma métrica das mais elementares porque é por ela que se mede o quanto um setor ou ativo gera de lucro.

Dessa maneira, ele tem relação direta com o orçamento empresarial, o ponto de partida para todo e qualquer investimento.

Faz a lucratividade aumentar

Em certos casos, o lucro tem mais a ver com a eliminação de despesas do que com a entrada de novas receitas.

Seja como for, é pela dupla planejamento / orçamento que a empresa torna-se capaz de aumentar suas receitas, cortando gastos ou projetando formas de conseguir “dinheiro novo”.

Ajuda a trabalhar em cenários de incertezas

Crises e instabilidades econômicas geram não apenas problemas financeiros, como incerteza em relação ao futuro.

Como vimos, uma empresa que se planeja para operar no pior cenário possível tende a ser menos surpreendida. Dessa forma, seus gestores conseguem manter a “nau” no rumo certo, não importa quão intensa seja a tempestade.

Capacita a operar no longo prazo

Um desafio recorrente em empresas de todos os tamanhos e segmentos é desenvolver meios e uma cultura que as permitam trabalhar com horizontes mais amplos.

É muito comum gestores focarem apenas no que está na sua frente, deixando de lado aspectos de longo prazo.

Essa é uma postura a ser evitada, já que encurta a visão sobre o negócio, deixando-o exposto às ameaças internas e externas.

Para isso, o planejamento estratégico é a melhor solução para que a empresa saiba como antecipar suas metas para períodos mais longos.

Como dar o pontapé inicial?

Enquanto algumas empresas já têm uma cultura de gestão consolidada o bastante, outras sentem dificuldade em cuidar do planejamento estratégico e orçamento empresarial.

O problema está justamente em não saber de que forma começar, até porque faltam dados e referências que os conectem.

Em certos casos, vale apostar em uma parceria com uma empresa especializada em soluções para negócios que precisam melhorar na parte estratégica.

De qualquer forma, certas medidas parecem ser indispensáveis:

  • Formar líderes capazes de chamar a atenção para a importância do planejamento/orçamento
  • Criar uma cultura na empresa que deixe de lado o imediatismo
  • Treinar e capacitar colaboradores para que trabalhem orientados por metas
  • Contar com sistemas e ferramentas que permitam planejar e medir os resultados

Isso vale para negócios de todos os segmentos e empresas de todos os níveis. Da grande multinacional à microempresa, todos se beneficiam quando olham mais atentamente para a gestão.

Finalmente, outro ponto fundamental é continuar sempre em movimento, afinal, conceitos, práticas e novas ferramentas surgem o tempo todo.

Esperamos que você aproveite este conteúdo, que fica ainda mais completo com a leitura do artigo em que revelamos os 7 principais erros na implementação de OKR

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