Desafios do Planejamento Estratégico 2022 e como superá-los
Há momentos que definem o curso de uma história. São pontos cruciais que, conforme as escolhas feitas, podem determinar todo o resto. Com o trajeto do Planejamento Estratégico nas empresas não é diferente.
Muitos podem pensar que os momentos mais cruciais acontecem quando o projeto está sendo criado, ou quando está na hora da execução dos planos de ação. Todos esses pontos são fundamentais, mas o crucial é agora.
Neste momento a maioria das empresas que desejam prosperar já estão com seu Planejamento Estratégico de 2022 à pleno vapor. É chegada a hora em que os desafios aparecem. Alguns surgem praticamente todos os anos, mas outros ocorrem devido aos cenários e ocasiões que aquele ano em específico nos reserva.
As escolhas que os gestores vão fazer e a forma com que eles vão lidar com estes desafio ditará todo o restante do ano. São elas que vão determinar se os resultados do Planejamento Estratégico serão positivos ou negativos.
Desafios normalmente chegam de surpresa e são imprevisíveis. Todavia, como já falamos, alguns ocorrem em quase todos os PEs; e outros, o ano específico ditará. Portanto, é possível prevê-los e, assim, estar preparado para contorná-los.
Para lhe auxiliar nisso, preparamos este conteúdo, com os principais fatores que podem afetar o seu Planejamento Estratégico para 2022. Além, claro, das ações que sua empresa deve tomar para superar estes desafios e transformar o PE deste ano em um “plano infalível”, tendo em vista todos os cenários previstos.
Siga lendo para conferir!
Principais fatores que podem afetar o seu Planejamento Estratégico 2022
Por mais irônico que possa ser, se há algo certo em 2022 é que ele será um ano de incertezas, e um ano de fortes incertezas significa volatilidade que, por sua vez, se traduz em riscos.
A boa notícia é que, para os que estiverem preparados, os riscos se tornam oportunidades. Para estar preparado, portanto, é necessário possuir um Planejamento Estratégico bem elaborado e pensado em cada detalhe, que independe de cenário político, focado no longo prazo, nos gaps do mercado e no avanço do negócio.
Quer tornar 2022 — o ano mais incerto — no melhor ano da história da sua empresa? Esteja preparado! Confira abaixo os principais fatores que podem afetar o seu Planejamento Estratégico para 2022]
Disputa polarizada nas eleições
O Brasil terá em 2022 um ano de eleições presidenciais caracterizado por uma das maiores polarizações da história recente da nossa redemocratização. Política e economia estão sempre relacionadas. Logo, se uma estará “pegando fogo”, a outra ficará à mercê da incerteza.
O humor dos mercados, portanto, deve se alterar muito ao longo do ano. Muito provavelmente as empresas irão adiar seus investimentos, esperando o cenário definido pelas eleições. O impacto dessa disputa no crescimento econômico e na geração de empregos será direto.
Alta da inflação e da SELIC
A inflação em 2022 está acima dos 5%, ou seja, ultrapassa o teto do sistema de metas, que é de 3,5%. A Selic, que em janeiro estava em 9,25%, deve chegar a 11,50% no final de 2022. Esses números podem atrapalhar muito o crescimento econômico
PIB
Conforme o Relatório Focus, que resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado, a alta no PIB em 2022 deve ser de apenas 0,50%. Contudo, de acordo com o Ministério da Economia, esse crescimento deve chegar a até mais de 2%. O leilão do 5G e de outras concessões de infraestrutura podem ajudar nessa projeção do Ministério.
Alta do dólar
A alta dessa moeda estrangeira ajuda uns e prejudica outros. Enquanto complica indústrias e comércios que dependem de produtos importados, ela ajuda commodities (agrícola e pecuária), que possuem suas cotações atreladas ao dólar.
Desemprego
Até janeiro de 2022, eram 13,5 milhões de brasileiros desempregados — 2,5 milhões a menos que no início de 2021. Contudo, a projeção é de aumento na taxa de desemprego.
Pandemia
No início da pandemia no Brasil, no primeiro quadrimestre de 2020, era impossível prever o quanto ela iria durar, e quase ninguém imaginava que, em 2022, ainda estaríamos sob o risco de novas variantes e novos ciclos pandêmicos, com todas as suas consequências negativas à economia.
Os governos continuarão tendo que investir na compra de vacinas, na logística de distribuição e nos processos de aplicação. Isso gera custos e ainda traz algumas restrições.
Ascensão do comércio eletrônico
A pandemia leva diretamente à ascensão do comércio eletrônico. As pessoas passaram a viver e trabalhar de casa e, consequentemente, começaram a comprar pela internet como nunca antes na história.
Essa mudança de comportamento impactou em uma longa cadeia: de papel papel e celulose para a produção de embalagens, de veículos comerciais para o deslocamento das cargas, de logística para o armazenamento dos produtos, de tecnologia, entre outros.
Como gerenciar um plano infalível em vista disso tudo?
Agora que você já sabe os principais fatores que podem afetar o seu Planejamento Estratégico 2022, é necessário saber o que fazer para gerenciar essas variáveis. Acompanhe a seguir:
Ficar de olho no mercado mapeando novas ameaças e oportunidades constantemente
As empresas são parte de um ecossistema robusto composto e influenciado indiretamente por inúmeras variáveis e outros organismos; clientes, fornecedores, concorrentes, governo, legislação específica, tributações, sociedade e etc.
A cada ano, como vimos, essas variáveis mudam, e é preciso ficar de olho constantemente em todas elas. Afinal, é improvável obter sucesso no Planejamento Estratégico sem considerar todos esses fatores externos.
Cenários e fatores podem gerar tanto ameaças — que você deve desviar ou enfrentar e superar — quanto oportunidades — que você não deve perder. O essencial é ter em mente que você precisa monitorar os cenários e as tendências com grande constância.
Afinal, citamos aqui os principais fatores. Isso não quer dizer que novos não possam surgir!
Investir em um plano de contingência
A elaboração de um plano de contingência empresarial, na sequência do Planejamento Estratégico, é fundamental. É nele que são consideradas as ameaças com maior probabilidade de ocorrência, que acarretam impactos significativos no alcance dos objetivos já determinados nas estratégias gerais. Com ele, a sua empresa pode reagir mais rápido, minimizando os prejuízos.
Quando avançamos para a etapa da gestão de riscos e do plano de contingência empresarial, o enfrentamento de crises torna-se mais assertivo e eficiente, refletindo em uma melhor administração da empresa como um todo.
Gestão de riscos nada mais é do que fazer a identificação das ameaças que podem, em algum momento, impactar a sua empresa de maneira negativa e definir a preparação necessária para lidar com essas circunstâncias.
A partir daí, após o primeiro passo que é efetivamente aceitar que o risco pode acontecer, surgem possibilidades de ação, que incluem eliminar a possibilidade de o risco acontecer, reduzir a chance de ele acontecer e terceirizar os seus efeitos.
Nesse cenário, um plano de contingência serve especialmente para aquelas situações em que não é possível eliminar totalmente o risco. Por mais que se reduza a chance de que aconteça, sempre haverá uma possibilidade. Assim, é preciso agir além da simples prevenção. Em suma, o plano de contingência busca manter o ambiente corporativo dentro da normalidade, para que os processos sofram o mínimo possível de interferências, mesmo com as variáveis que o ano irá trazer.
Fazer acompanhamento constante dos resultados e mudando a rota se necessário
É importante saber que, talvez, seja necessária uma redefinição dos objetivos estratégicos. Essa é uma das etapas mais importantes para se pensar para 2022, já que, como a cada ano as estratégias são renovadas e começam um novo ciclo, isso também pode acontecer a cada mês, a cada semana, ou até mesmo a cada dia de um ano tão incerto, como 2022 está prometendo ser.
Com base neste cenário constantemente mutável em que estamos entrando, essa redefinição precisa vir com muitos “poréns”. É importante que os objetivos estratégicos tenham caminhos claros e certeiros, mas sempre com um plano B.
O ano de 2020 foi o maior exemplo que poderíamos ver no mercado. A pandemia explodiu no mundo e quem não tinha caixa, por exemplo, ficou à beira até mesmo da falência — isso sem contar as inúmeras empresas que fecharam.
Por isso, mais do que nunca, você deve estar preparado para fazer um acompanhamento constante dos resultados e redefinir os objetivos que foram traçados, caso necessário.
Fazer análise crítica dos resultados insatisfatórios e criar planos de ação para correção
Sempre que um indicador apresentar resultados insatisfatórios e abaixo da meta, é necessário fazer uma análise crítica. O objetivo é identificar a origem do problema, o causador da meta não atingida. Contudo, não basta identificar o problema: é necessário também criar um plano de ação para correção: criar e delegar ações, acompanhar o andamento (quantas estão em dia, quantas estão próximas do prazo final e quantas estão atrasadas) e garantir a execução desses planos.
Erros comuns no Planejamento Estratégico para ficar de olho
Acabamos de analisar e explanar as situações específicas que 2022 irá nos trazer. Contudo, além destes desafios de incertezas que você e sua empresa terão que estar preparados para enfrentar, existem outros erros que podem acabar acarretando em surpresas nada agradáveis para o seu Planejamento Estratégico 2022.
São erros comuns, que muitas empresas ainda cometem. Todavia, 2022 já vai ser um ano instável. Deixar brecha para estes erros “bobos” podem acarretar em resultados negativos nada “bobos” lá na frente. Vamos conferir quais são eles, para que você possa estar preparado.
Falta de um plano de ação estruturado
Pode parecer óbvio, mas, apesar de ser uma premissa básica para iniciar um projeto, a falta de um plano de ação estruturado é um dos principais erros mais comuns no Planejamento Estratégico. Ele normalmente acontece quando não é realizado o mapeamento completo de todos os detalhes do plano.
Por isso, para evitar este erro, é necessário realizar a distribuição das tarefas entre sua equipe, estimativa de custo, tempo de entrega das demandas, todas as etapas do PE, e, por último, não esqueça de sanar as dúvidas que possam vir a surgir entre a equipe. É fundamental para a execução do projeto que todos tenham entendido suas funções.
Além disso, um outro erro comum, neste caso, é utilizar o planejamento do ano anterior como base para o atual. Tenha em mente que o que serviu para um provavelmente não será o ideal para o outro, até porque tudo muda a cada dia, que dirá a cada ano! Isso pode acabar elevando seus custos e colocando em risco o sucesso do projeto.
Falta de indicadores atrelados aos objetivos
São as metas e os que indicadores vão dizer se está correndo tudo conforme, melhor ou pior que o planejado. Eles são importantes para uma tomada de decisão rápida e certeira.
Contudo, não basta possuir e analisar os indicadores. Eles precisam estar atrelados às estratégias do PE e aos objetivos. Uma gestão de indicadores que não integra todos os desdobramentos do Planejamento Estratégico é um erro muito comum e que pode ser desastroso. Neste cenário, geralmente, não há total rastreabilidade a respeito dos dados que compõem os indicadores, pois a busca por esses dados, bem como a alimentação ou construção dos indicadores, acaba sendo manual.
Esse trabalho manual também acaba tornando o processo lento, dependendo do número de indicadores que a empresa gerencia. Além disso, outro grande problema atrelado a uma gestão de indicadores fora do sistema de planejamento estratégico é a falta de uma análise crítica adequada e a ausência de uma definição “obrigatória” de um plano de ação para correção.
Falta de comunicação com a equipe
A comunicação entre lideranças e equipe é algo fundamental e, muitas vezes, por não ser efetiva, pode acarretar em diversas falhas, que podem ser desastrosas para o bom andamento de seu projeto anual. Os problemas de comunicação nas empresas deveriam ser tema de reflexão constante para gestores de todas as áreas.
As empresas que não tratam a comunicação interna de maneira estratégica costumam ter baixa produtividade, altos índices de rotatividade, pouca colaboração no alcance de metas, muitos erros e retrabalhos que geram desperdícios e custos, além de inúmeros outros problemas. Essa questão também se reflete no mercado, por exemplo, em um atendimento ruim ou em um produto mal acabado.
É essencial considerar todos os envolvidos no processo de direcionamento de uma informação. Termos técnicos e palavras difíceis devem ser evitados para a clareza das ideias. No mundo empresarial, quanto mais simples, direta e sem formalidades for a conversa, mais fácil se torna o entendimento.
Como evitar esses erros?
A tecnologia será sua grande aliada para superar os desafios e evitar os erros do Planejamento Estratégico 2022. O uso de planilhas ou aplicações mais simples geralmente causa problemas de comunicação entre gestores e equipe, e entre as próprias informações, que estão espalhadas em muitos lugares diferentes, sem estarem interligadas, podendo gerar metas e indicadores para análise crítica.
Sem isso, as chances dos desafios e das incertezas que 2022 vai trazer vencerem o seu PE, afetando negativamente os seus resultados, são enormes. De nada adianta ficar de olho no cenário, nas tendências e na movimentação econômica e política se você não tiver como analisar tudo isso para poder tomar decisões.
Por isso, é essencial contar com a tecnologia e com um bom sistema de Planejamento Estratégico. Fique atento se o sistema que você utiliza possui:
- Análises e Diagnósticos
Um bom sistema de planejamento estratégico deve ter algumas opções de ferramentas e metodologias para que a empresa possa entender o ambiente em que está inserida antes de sair planejando, alguns exemplos que o Scoreplan disponibiliza: SWOT, Pestel, Market Share e Diagnóstico de Negócio.
- Planejamento, Objetivos e Mapa
Um bom sistema de planejamento estratégico não só precisa permitir a criação de objetivos estratégicos, mas possibilitar a identificação da relação de causa-efeito entre o atingimento desses objetivos e a execução de atividades e/ou o atingimento de metas, para que seja possível entender realmente os resultados obtidos.
O mapa estratégico, por sua vez, vai “carregar” a metodologia que você escolheu para desenvolver o seu planejamento estratégico. Um bom sistema precisa estar adequado para atender a todas. O Scoreplan, por exemplo, usa como padrão a metodologia de BSC (Balanced Scorecard), reconhecida e aplicada mundialmente. Além disso, ela é personalizável e pode ser adaptada para qualquer outro método, se necessário.
- Indicadores
Um sistema de PE precisa oferecer a possibilidade de criar indicadores e gerar dashboards para análise. Todavia, além disso, precisa também permitir que estes indicadores sejam vinculados a objetivos, e que seja possível hierarquizá-los. Assim, é possível fazer uma análise mais detalhada dos resultados e suas causas.
- Planos de ação
É importante que seja possível, dentro do sistema de PE, criar e delegar ações, acompanhar o andamento delas e configurar alertas automáticos para garantir sua execução, além de identificar a origem delas, uma vez que poderão ser ações de correção vindas de uma análise crítica ou de um objetivo estratégico.
- Gestão de projetos
Nem sempre um simples plano de ação funciona. Dependendo do objetivo e até mesmo da cultura da empresa, um projeto precisará ganhar vida. Por isso, um bom sistema de PE deve permitir a criação de uma gestão de projetos atrelados a objetivos.
Agora você se sente mais preparado para enfrentar os desafios que o ano de 2022 pode trazer para o seu Planejamento Estratégico? Lembre-se: incertezas significam riscos, mas riscos, para quem está bem preparado, podem ser traduzidos em oportunidades!